Vida de policial militar não é fácil, todos os dias, o trabalho expõe os profissionais a situações de violência extrema. Os desafios os colocam em risco, e um erro pode definir entre a vida e a morte de pessoas, algumas inocentes. As ocorrências são variadas e, às vezes, fica impossível não se abalar.
O policial e escritor Elton Régis, pediu afastamento do trabalho depois do diagnóstico de depressão. Ele percebeu a presença da doença quando começaram a surgir sintomas físicos.
Hoje Elton consegue falar sobre o que passou, mas nem sempre foi assim. Foi por meio da arte que ele conseguiu a válvula de escape para a convivência com a depressão e encontrou um novo sentido para a vida. Elton é escritor, já lançou 3 livros e também pinta quadros.
Mesmo não trabalhando mais nas ruas, em ocorrências policiais, ele usa a própria experiência para ajudar colegas em situação parecida. E são muitos os agentes que pedem licença do trabalho por conta de doenças psicológicas.
De acordo com a Associação de Praças da Polícia Militar e Corpo de Bombeiros do Ceará, em 2018, foram 761 pedidos de afastamento e, neste ano, até o começo de agosto, a quantidade já é bem superior, 840 solicitações chegaram até a Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS).
O estado de saúde mental de policiais vem chamando a atenção. O Anuário Brasileiro de Segurança Pública traz dados alarmantes. No ano passado, o número de policiais que tiraram a própria vida é maior que o número de policiais mortos durante o serviço.
Foram 87 mortes registradas em confrontos durante o expediente e 104 suicídios em todo o Brasil. O Sindicato dos Policiais Civis, luta por melhores condições de trabalho para que os profissionais, que lidam com a segurança pública, possam ter mais qualidade de vida.
A SSPDS faz o trabalho de acolhimento de agentes que necessitam de atendimento psicológico por meio da Assessoria de Assistência Biopsicossocial, com equipes de psicólogos, assistentes sociais, psiquiatras e fisioterapeutas.CNEWS
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