O início de 2017 não está sendo nada promissor em relação à crise hídrica do Ceará. Conforme as estatísticas da Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh) extraídas nesta terça-feira (3), das 12 bacias hidrológicas, seis estão em situação crítica (volume d’água inferior a 30%). E outras seis estão em situação muito crítica (inferior a 10%).
Os números disponibilizados pela companhia são extremamente preocupantes, já que o início deste ano se configura como o período de menor registro em reservatórios desde que o órgão iniciou o monitoramento dos açudes do estado, há 23 anos. O volume total dos 153 açudes monitorados atualmente é de apenas 6,6% de água.
Quem vê os dados de modo geral pensa que a situação não pode mais piorar. No entanto, quando se analisa individualmente cada açude do Ceará a situação fica mais alarmante.
Conforme a Cogerh, de todos os reservatórios monitorados, 37 estão completamente secos e 46 estão em volume morto (última reserva de água de um reservatório). Dessa forma, cerca de 89% de todos os açudes do Ceará estão com volume de água abaixo dos 30%.
Segundo o presidente da Cogerh, João Lúcio Farias, ações envolvendo o governador Camilo Santana (PT) já estão sendo desenvolvidas para tentar amenizar a situação de seca no Ceará.
“Algumas ações são realizadas para amenizar a crise hídrica, como o Plano de Segurança Hídrica, desenvolvido no gabinete do governador, em que nos reunimos uma vez por semana para uma avaliação de todos os municípios e a busca de alternativas para melhorar os que estão em uma situação desfavorável. A transferência de água através das adutoras de montagem rápida e o aproveitamento das águas subterrâneas por meio de perfuração e construção de poços estão amenizando a crise hídrica no estado”, explicou.
Juntando a capacidade de todos os reservatórios do Ceará, a capacidade total de água é de 18,64 bilhões m³. Entretanto, o órgão aponta a marca atual em apenas 1,25 bilhão m³. Para João Lúcio, a quadra chuvosa do Ceará tem que ser bastante intensa para que a crise seja superada.
“O Ceará é dividido por bacias hidrográficas, algumas estão em uma situação muito crítica, com 1,5% de água, enquanto outras estão em uma situação favorável, que chegam a ter 22%, 25% de água. Para que a situação melhore, seria preciso chover uma média de 600 milímetros bem distribuídos em todo o Ceará, para uma recarga suficiente dos reservatórios”, disse.
Em relação ao prognóstico da quadra chuvosa do Ceará, a Funceme informou que a previsão de chuvas para o estado no início deste ano deverá ser divulgada no próximo dia 18 de janeiro. O documento da Fundação apresentará as probabilidades de cada uma das três categorias (abaixo, em torno e acima da média histórica) referentes ao acumulado de precipitações nos meses de fevereiro, março e abril.
Pré-estação chuvosa
A pré-estação chuvosa no Ceará, período compreendido entre os meses de dezembro e janeiro, é quando acontecem os primeiros registros de precipitações mais intensas no Estado.
As chuvas de pré-estação são causadas normalmente pela atuação e posicionamento favorável dos Vórtices Ciclônicos de Altos Níveis (VCAN).
Esses sistemas meteorológicos são difíceis de prever em longo prazo (previsão climática com meses de antecedência), e por isso a Funceme orienta aos usuários que acompanhem diariamente a Previsão do Tempo (curto prazo) no site da Funceme, onde é possível antecipar a atuação dos Vórtices Ciclônicos em até 72 horas.TRIBUNADOCEARÁ
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