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sábado, 28 de maio de 2016

MINISTRO AFIRMA QUE "A CHANCE DE DILMA VOLTAR É ZERO"

Por ipuemfoco   Postado  sábado, maio 28, 2016   Sem Comentários


O Ministro Geddel Vieira Lima, da Secretaria de Governo, falava ao telefone e engolia o último naco de fruta, enquanto
recebia a reportagem de ISTOÉ às 9h da manhã da quarta-feira 25. 

Desculpou-se pelo mau jeito: “Fui dormir às 5h da manhã, acompanhando a votação da meta fiscal e estou no meu gabinete desde às 7h30, ligando para todos os líderes para agradecer aos que votaram conosco. Não parei um segundo”, justificou.

Na entrevista, Geddel admitiu que o presidente Michel Temer ainda precisa resolver “estresses” no Congresso, mas demonstrou confiança para a derradeira votação no Senado que selará o destino da presidente afastada, Dilma Rousseff. 

“Ela perdeu qualquer legitimidade de falar em voltar. A presidente afastada cometeu crime de responsabilidade e tenho certeza de que o Senado cumprirá seu papel histórico. A tendência é aumentar ainda mais essa votação”, afirmou.

ISTOÉ – Quais são os principais desafios do governo hoje no Congresso?

Geddel Vieira Lima – Após a vitória importante da meta fiscal, agora é a desvinculação da DRU (Desvinculação de Receitas da União), que queremos fazer na próxima semana.

ISTOÉ – O novo governo vai retirar o projeto de CPMF que foi enviado à Câmara por Dilma Rousseff?

Geddel – Isso ainda não foi firmado. O presidente Temer tem deixado claro que o governo precisa, por meio de medidas econômicas, demonstrar que não é perdulário, que tem preocupação com gasto público, que não vai cometer exageros e que é austero. Só depois, se mostrar que é necessário o aumento de arrecadação com o incremento de imposto provisório, isso será discutido.

ISTOÉ – Como o sr. avalia a relação do governo Temer com o Congresso?

Geddel – Precisamos azeitar a relação, resolver um estresse ali, outro aqui, a ansiedade natural dos parlamentares de participarem mais ativamente. Temos um novo momento, um presidente aberto ao diálogo, que permite uma proximidade maior. A sensação que eu tenho é que você vinha de uma estrutura represada para um governo aberto. Eu já ouvi até dizer que você não podia sequer andar tranquilamente aqui pelo 3º e 4º andar do Palácio do Planalto. O presidente recebe a toda hora, as portas estão abertas. Aqui, vêm 50 parlamentares por dia. A gente tenta atender todo mundo e quando não consegue saem zangados. Você vê que é um choque de diálogo e de abertura que deixa as pessoas com essa ansiedade natural.

ISTOÉ – Essa ansiedade dos parlamentares que o sr. diz é por obtenção de cargos no governo?

Geddel – Claro que tem o desejo dos partidos da base de participarem de cargos. Nós vamos tratar isso como sempre: com absoluta naturalidade e tranquilidade. Ainda que o presidente da República quisesse, ele não teria quadros. Nós precisamos fazer consultas, ouvir pessoas e os partidos políticos têm legitimidade para indicar posições. Essa legitimidade se consolida na medida em que trazem nomes com currículos respeitáveis.



Se ela realmente tivesse amor pelo País, já teria renunciado. Dilma perdeu legitimidade de falar em voltar 

ISTOÉ – O presidente Temer teve de ceder à Câmara e indicar o deputado André Moura (PSC-SE), aliado de Eduardo Cunha, para liderar o governo. Ele tem seis inquéritos, inclusive de suspeita de homicídio. Não é um preço muito caro?

Geddel – O deputado André Moura está no exercício do mandato, veio para cá eleito pelo povo de Sergipe, e se tiverem que fazer alguma crítica a ele, não façam ao presidente Michel Temer, que o indicou, façam ao povo de Sergipe. Ele não é deputado biônico, foi o povo de Sergipe que achou que ele poderia representá-lo.

ISTOÉ – Mas a decisão do Temer referenda isso.

Geddel – E o presidente vai contra o povo? Acho que essas críticas ao parlamento acabam sendo meio elitistas. Porque fica a sensação de que quem está ali não representa a sociedade brasileira. O Parlamento tem de tudo. Certamente, tem homens sérios, homens menos sérios, mulheres, representantes de minorias, negros, brancos. Fiquem todos tranquilos, a sociedade está toda representada lá. Se o povo elegeu, eu vou questionar?

ISTOÉ – O povo elegeu a presidente Dilma Rousseff.

Geddel – O povo elegeu a presidente Dilma Rousseff e ela cometeu um equívoco e saiu. Ela cometeu um equívoco e os representantes do povo a tiraram, como determina a Constituição.

ISTOÉ – A exoneração do ministro Romero Jucá foi uma resposta importante à sociedade?

Geddel – Naquele momento, foi. O Jucá teve tamanho e grandeza para construir essa saída. Lamento, porque é um quadro extremamente qualificado, que eu espero que continue contribuindo com o governo no Senado.

ISTOÉ – Conceitualmente, não seria melhor que os representantes do governo defendessem as investigações da Lava Jato?

Geddel – O presidente da República tem dito isso de forma clara. E tanto não ficou bom conceitualmente que o Romero Jucá foi afastado.

ISTOÉ – No diálogo gravado, Jucá diz que o “Eduardo Cunha está morto”. Concorda?

Geddel – Se você for ali na casa dele, ele está vivo (risos). Evidentemente, o deputado Eduardo Cunha perdeu relevância na medida em que era presidente da Câmara e deixou de ser, além de estar afastado do mandato. Tem certas coisas que não tem que achar. É de uma obviedade cristalina.

ISTOÉ – Delatores dizem que o PMDB recebeu propinas. É decepcionante ver quadros do seu partido comprometidos ou implicados em delações como essas?

Geddel – A gente tem que fazer uma distinção entre acusação, investigação e condenação. As pessoas quererem antecipar e a gente está repleto de casos em que acusados foram inocentados e investigados que não tiveram acusações comprovadas. Tem que ter uma certa cautela. Evidentemente que é chato, que desgasta, mas é a vida como ela é. O importante é que ao fim as coisas fiquem esclarecidas. Quem tiver culpa, terá de pagar pelo que cometeu.



Lamento que um líder que construiu uma história bonita termine assim. Se Lula está vivendo isso tem sua parcela de culpa 

ISTOÉ – O sr. mesmo é citado nas investigações pelas suas conversas com o ex-presidente da OAS preso na Lava Jato, Léo Pinheiro. Como o sr. avalia isso?

Geddel – Com muita tranquilidade. Minhas conversas com o Léo Pinheiro eu tive no telefone celular, que todo mundo usa hoje, mas poderia ter tido em praça pública. Conversei com ele e conversei com vários empresários, não tem nenhum problema nisso. Mas essa insistência em me colocar como investigado ou respondendo a inquéritos da Lava Jato, com o perdão do termo, é uma sacanagem. Uma irresponsabilidade de determinados segmentos que atuam levianamente, inclusive na imprensa.

ISTOÉ – Aliados da presidente Dilma têm dito que são necessários apenas dois votos para reverter a situação no Senado. O que o sr. acha disso?

Geddel – Se ela realmente tivesse amor pelo País, já teria renunciado. Ela perdeu qualquer legitimidade de falar em voltar. Isso é um prejuízo ao país. A chance de a Dilma voltar é zero, ela cometeu crime de responsabilidade e tenho certeza de que o Senado cumprirá seu papel histórico. Acho que a tendência é aumentar ainda mais essa votação. Essas são as sinalizações que estamos recebendo.

ISTOÉ – O sr. se decepcionou com o ex-presidente Lula, do qual foi ministro?

Geddel – Não. Vou dizer até que lamento que um líder popular que construiu uma história bonita termine assim, nesse inferno astral. É evidente que a vida da gente é construída pela gente. Claro que se ele está vivendo isso tem sua parcela de culpa.

ISTOÉ – Se for candidato em 2018, o Lula terá alguma chance?

Geddel – Acho difícil, por mais que ele tenha tido um grande momento na política brasileira. Esses últimos acontecimentos marcaram indelevelmente a história do partido na vida pública nacional de maneira negativa. Não vejo no PT uma possibilidade. Acho que o Lula foi tão soberano no partido que acabou sufocando o surgimento de qualquer liderança que pudesse significar o surgimento de uma renovação natural. Eu, como político e cidadão, não vejo nenhuma liderança que possa, em 2018, empolgar o eleitorado e mostrar uma virada de página nesta quadra que o PT enfrenta.

ISTOÉ – Existe algum quadro no PMDB capaz de empolgar o eleitorado?

Geddel – Não vejo nenhum quadro político, em nenhum partido, que você possa dizer que é o cara. Isso terá de ser construído

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