A nova Legislatura na Assembleia Legislativa do Ceará, que se inicia no dia 1º de fevereiro, vai começar com a bancada de oposição já fragilizada.
Um grupo chegou a ser formado, no final do ano passado, em busca de espaços na Casa, visando fazer um contraponto à maioria, que é governista. Porém, já nos primeiros dias de 2015, o bloco demonstra que pode ir diminuindo com o passar dos meses.
Alguns parlamentares do chamado “Grupo dos 13” estão insatisfeitos com o posicionamento que seus líderes podem tomar no início dos trabalhos no Legislativo e tendem a seguir uma linha de independência ou até mesmo governista.
Esse é o caso do peemedebista Agenor Neto, que informou ao Diário do Nordeste que aguarda conversar com o governador Camilo Santana para saber como vai se posicionar na Casa.
Segundo Agenor, seu mandato vai ser dedicado a atender às demandas da população da região Centro-Sul e, mesmo a bancada de oposição indicando voto contrário, ele aprovará as matérias de interesse da população.
“Eu ainda não conversei com o governador e, quando conversar com ele, quero saber como vai ser sua dedicação para a região, porque devo satisfação apenas aos que me elegeram. Não tomarei decisões contrárias aos interesses da população, mesmo o PMDB tendo a ideia de ser oposição”, afirmou.
Diálogo
Outros que devem se alinhar com a base governista são os deputados Carlomano Marques e Walter Cavalcante, também do PMDB. Durante o Governo Cid Gomes, Carlomano chegou a ser vice-líder na Assembleia Legislativa, ao lado de José Sarto (PROS), líder da base aliada.
Os parlamentares também cobram maior diálogo entre a bancada a ser composta e dizem que só dois encontros foram realizados. Agenor Neto, por exemplo, não foi à reunião da qual o senador Eunício Oliveira, presidente do PMDB, participou. “Estamos no PMDB, mas eu não faço oposição rancorosa nem com ódio e muito menos sem fundamento”, disse Walter Cavalcante.
Segundo ele, apesar de terem se apresentado como opositores, em nenhum momento os membros do grupo se reuniram para discutir o papel da oposição, limitando-se a debater espaços na Mesa Diretora e comissões técnicas.
“Eu tenho visão partidária, vou ficar junto com o partido, mas dentro da visão que eu entendo. Ninguém bota coleira no meu pescoço ou venda nos meus olhos. Se chegar um projeto bom para o Estado, para a cidade, não tem quem faça eu votar contra. Não vou fazer oposição somente por exibição, porque ninguém faz política com ódio, com rancor”, disparou o peemedebista.
Já a deputada Silvana Oliveira, também do PMDB, reclamou da demora do grupo em se reunir e discutir como deve se posicionar no Legislativo Estadual.
“Eu acho que para um grupo como esse se juntar para oposição é necessário que os líderes do grupo deem um norte, que digam quem vai ficar arrastando todo mundo. Nem o líder a gente sabe quem é. Uma hora diz que é o Wagner (Sousa), outra hora diz que não é. Se o PMDB quer entrar na oposição, precisa de um norte, de uma assessoria conjunta. Acho que a fiscalização é importante, mas não para desgastar o Governo”, afirmou.
Derrotado
Audic Mota, também do PMDB, por sua vez, destacou que sua posição será partidária, ressaltando que o partido teve um candidato que foi derrotado e por isso sua posição na Casa deve ser de oposição.
Segundo defendeu, dependendo apenas de seu mandato, ele atuará conforme o posicionamento do partido. “Na verdade, já estamos na oposição, porque o partido teve um candidato a governador e fomos derrotados. Esse processo é de construção porque envolve vários partidos, alguns deputados manifestaram no primeiro momento um perfil de oposição, como Aderlânia Noronha, mas isso vai depender do desempenho de cada um. É uma questão, antes de tudo, partidária”, destacou o parlamentar.
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