O número de casos de coronavírus (Covid-19) no Ceará teve um novo aumento nesta terça-feira (24), passando de 164 para 185, segundo o mais recente informe epidemiológico
A capital cearense continua no topo da lista de municípios com contaminações confirmadas. Segundo a Sesa, são 170 casos em Fortaleza, 6 em Aquiraz, 4 em Sobral, 1 em Juazeiro do Norte, 1 em Fortim e 1 em Mauriti. Há, ainda, dois casos detectados no Ceará de pessoas residentes em São Paulo (1) e em Uberlândia (1), Minas Gerais.
O informe epidemiológico, entretanto, não informa mais a quantidade de casos suspeitos e descartados. O Estado registrou os três primeiros casos da doença em 15 de março último.
Estratégias
O Governo Estadual passou a adotar medidas contra a proliferação do novo coronavírus no Ceará no último dia 16 de março, quando foi decretado estado de emergência na saúde pública, e as aulas foram suspensas em escolas e universidades públicas por 15 dias. Além disso, ficaram proibidos eventos com mais de 100 pessoas.
Logo depois, o Executivo anunciou a compra de 5 mil kits para diagnosticar os casos de Covid-19 no Estado, elevando esa aquisição apra mais de 10 mil dias depois. Na data, o governador Camilo Santana também anunciou a destinação de 200 leitos para enfermaria e 30 leitos de unidade de terapia intensiva (UTI) para atender aos pacientes suspeitos e eventualmente confirmados com a doença.
Esses números subiram já no dia seguinte, quarta-feira (18), quando foi anunciada a compra de 600 UTIs e equipamentos de proteção para os profissionais da saúde. Além disso, o governador pediu o isolamento social, uma das medidas mais enérgicas até então.
"Meu apelo é que todos permaneçam em casa nos próximos quatro dias", disse o governador Camilo Santana, em live em suas redes sociais.
À época, 11 casos estavam confirmados no Ceará.
Fechamento de comércio
Com o aumento dos casos confirmados e suspeitos, Camilo Santana publicou decreto para o fechamento de bares, igrejas, restaurantes, barracas de praia, shoppings, cinemas, lanchonetes e demais estabelecimentos comerciais não essenciais no Ceará por 10 dias. A medida passou a valer na sexta-feira (20), seguindo até o próximo dia 29.
O transporte intermunicipal no Estado e a circulação de metrô e VLTs foram suspensos. Foi decretado ainda o fechamento das divisas com outros Estados e o ponto facultativo dos servidores estaduais foi prorrogado.
O que fecha:
-Bares, restaurantes, lanchonetes e estabelecimentos congêneres
-Templos, igrejas e demais instituições religiosas;
Museus, cinemas e outros equipamentos culturais, público e privado;
-Academias, clubes, centros de ginástica e estabelecimentos similares;
-Lojas ou estabelecimentos que pratiquem o comércio ou prestem serviços de natureza privada;
-Shopping center, galeria/centro comercial e estabelecimentos congêneres, salvo quanto a supermercados, farmácias e locais que prestem serviços de saúde no interior dos referidos dos estabelecimentos;
Feiras e exposições;
-Indústrias, excetuadas as dos ramos farmacêutico, alimentício, de bebidas, produtos hospitalares ou laboratoriais, obras públicas, alto forno, gás, energia, água, mineral, produtos de limpeza e higiene pessoal, bem como respectivos fornecedores e distribuidores.
O que não fecha:
-Órgãos de imprensa e meios de comunicação e telecomunicação em geral
-Serviços de call center
-Estabelecimentos médicos, odontológicos para serviços de emergência, hospitalares, laboratórios de análises clínicas, farmacêuticos, psicológicos
-Clínicas de fisioterapia e de vacinação
-Distribuidoras e revendedoras de água e gás
-Distribuidores de energia elétrica
-Serviços de telecomunicações
-Segurança privada
-Postos de combustíveis
-Funerárias
-Estabelecimentos bancários
-Lotéricas
-Padarias
-Clínicas veterinárias
-Lojas de produtos para animais
-Lavanderias
-Supermercados/congêneres
Isenção de taxas
Com a interrupção do comércio e serviços e a medida de isolamento, o Governo decidiu suspender a cobrança da taxa de contingenciamento da Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece) e isentou famílias de todo o Estado do pagamento das tarifas social e popular do consumo de água. As iniciativas têm validade de 90 dias e devem beneficiar mais de 1,5 milhão de pessoas durante a pandemia de coronavírus no Ceará.
"Essa é uma medida importante pois garante que famílias de baixa renda possam ficar mais tranquilas. São medidas para proteger a população mais pobre do Ceará", avaliou o governador.DN
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