Uma nova manifestação marcada pelas redes sociais tomou as ruas das avenidas Expedicionários e 13 de Maio durante a tarde e a noite de ontem. Marcado por confronto entre policiais militares e o grupo de manifestantes, o protesto pedia a adoção do passe livre no transporte público de Fortaleza.
Depois do confronto, os jovens ocuparam o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia (IFCE), no bairro Benfica, durante três horas, até as 20h15min.
Durante a ocupação, diversas tentativas de negociação foram realizadas. O vereador João Alfredo (Psol) e o advogado Cláudio Silva - da Rede Nacional de Advogados Populares (Renap) - mantiveram diálogo com os estudantes e com a PM, tentando mediar um acordo.
“A pauta é legítima, assim como o movimento. O objetivo aqui do Renap é evitar atos de violência. A Polícia tem de saber lidar com essas situações”, disse Cláudio. Depois de três horas, o movimento começou a dispersar e a Polícia também foi embora. O trânsito no entorno do Benfica ficou caótico, com ônibus e outros veículos tendo de mudar as rotas.
Na Avenida dos Expedicionários, os comerciantes fecharam as portas durante a tarde, assustados com algumas pedras arremessadas por estudantes, que tentavam seguir até a sede da Empresa de Transporte Urbano de Fortaleza (Etufor). Os policiais fizeram uma barreira para a manifestação não avançar em direção ao órgão.
Quando o Batalhão de Choque chegou ao local, inciou o confronto: de um lado, pedras e vidros jogados pelos manifestantes; do outro, bombas de efeito moral estouravam quando a polícia atirava. Morador do bairro, o aposentado Oswaldo Gomes, 78, via da porta de casa o combate. “Esses meninos têm uma reivindicação justa nas mãos, mas acho que tomaram o caminho errado”.
Ação da Polícia
O consultor ambiental Paulo Cunha, 21, assistia à manifestação e à ocupação dos estudantes no IFCE. “A ação da Polícia está sendo truculenta, como sempre. Eles não dão espaço para que os pessoal possa reivindicar. A Prefeitura, em vez de investir no transporte público, investe em mais espaço para os carros”, critica.
Major Alexandre Ávila foi quem comandou a ação, que teve 80 militares trabalhando durante todo o dia. “A operação foi tranquila, sem efeito colateral. Estamos aqui para a preservação da ordem, para que tudo aconteça sem grades problemas”, afirma. Entre 20h30min e 22h, O POVO tentou contato com a Etufor, mas as ligações não foram atendidas.
Os protestos de estudantes começaram no último dia 5, em decorrência dos atrasos na entrega das carteiras estudantis 2014.
Depois disso, a Prefeitura liberou, até o dia 31 deste mês, o uso das carteiras referentes ao ano de 2013.
Esta foi a segunda manifestação marcada nas redes sociais que acabou em confronto e tensão entre policiais e manifestantes.
Além do Comando de Choque, participaram da ação: Cotam, Bombeiros, Exército e Polícia Federal (PF).
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