MINISTÉRIO PÚBLICO E POLÍCIA FEDERAL DE ASAS CORTADAS

 
Na semana passada, o procurador-chefe da Procuradoria-Geral da República, Alessander Sales, não escondia o seu entusiasmo,
ao anunciar a importância da ampliação da descentralização do Ministério Público Federal em nosso Estado.

Como o Ceará já possui quatro Procuradorias no interior: Juazeiro do Norte, Limoeiro do Norte, Sobral, e mais recentemente, Crateús, entende ele que, desse modo, haverá melhores condições para que o MPF possa dar mais cobertura à sociedade, com destaque, no que se refere à lisura das eleições e à correta aplicação dos recursos federais pelas prefeituras.

Não demorou muito, e veio a notícia “desmancha prazeres”: o Tribunal Superior Eleitoral, com relatoria do ministro Dias Tóffoli, futuro presidente daquela Corte, jogou uma ducha fria sobre os procuradores e Polícia Federal que, até 2012, podiam instaurar processos contra crimes eleitorais, e só poderão fazê-lo, a partir de agora, com a permissão da Justiça Eleitoral.

As alegações para essa incompreensível medida, não convencem. Alega Tóffoli que muitos processos vinham sendo anulados, e que há necessidade de mais transparência nessas ações do MP e PF. Diante dessa medida, toda e qualquer ação investigatória no campo eleitoral e administrativo, estará na dependência da vontade da Justiça Eleitoral. 

A sociedade brasileira bem que gostaria de acreditar que o TSE e os TRE’s conseguirão, sem o apoio do Ministério Público e PF, escoimar dos nossos futuros pleitos a atuação de corruptos com PhD em compra de votos, abuso do poder econômico, difamação, Caixa Dois e todos os tipos de fraudes nas gestões municipais. Mas tudo leva a crer que, infelizmente, essa situação só tende a se agravar, para euforia dos corruptos.O ESTADO