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sábado, 15 de novembro de 2025

CRISE DA SEGURANÇA PÚBLICA PEGOU O GOVERNO LULA DE SURPRESA

Por ipuemfoco   Postado  sábado, novembro 15, 2025   Sem Comentários


A inclusão da segurança pública no centro do debate político, por força da megaoperação policial realizada pelas forças de

segurança do Rio de Janeiro, pôs a gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) numa “saia justa” ao ter sido surpreendido pela movimentação. 


Essa é a análise do cientista político e diretor do Instituto Opnus, Pedro Barbosa, entrevistado durante a Live PontoPoder desta quinta-feira (13). 

Segundo o especialista, apesar da surpresa do Palácio do Planalto, governadores correligionários do chefe do Executivo federal, especialmente na Bahia e no Ceará, demonstram uma inclinação estratégica de endurecimento das ações policiais contra organizações criminosas.

“Acho que esse tema não estava muito no radar”, pontuou o entrevistado. Barbosa alegou que o governo federal estava em uma “crescente de aprovação”, demonstrada em pesquisas de opinião realizadas nos últimos meses, em razão de um “controle de narrativa” por meio de temas “nos quais a esquerda consegue navegar bem” e pelo discurso de soberania adotado após o “tarifaço” imposto pelos Estados Unidos.

Na visão do estudioso, o tema da segurança pública é “muito espinhoso para a esquerda”. “Porque o que a população mais anseia hoje é enfrentamento, é endurecimento de legislação. E esse, tradicionalmente, não é o discurso, não é o caminho da esquerda no segmento de segurança pública”, frisou.

“O governo vinha navegando bem dentro de uma temática social, econômica, trabalhista, e aí a direita resgata, a partir desse episódio da operação policial no Rio de Janeiro, o discurso muito forte da segurança pública, que é a preocupação número um da maioria dos brasileiros. Naturalmente, coloca o governo numa saia justa”, analisou.

Esquerda adota diferentes posturas

Para Pedro Barbosa, há diferenças claras entre a postura da esquerda ao nível federal (tanto no Executivo quanto no Parlamento) e a adotada pela esquerda nos estados. “Por exemplo, aqui, no estado do Ceará, o governador é do PT. E a gente tem visto, especialmente ao longo desse ano de 2025, uma postura, de fato, não só de discurso, mas de atuação policial de um maior enfrentamento”, disse.

O cientista político mencionou os dados Superintendência de Pesquisa e Estratégia de Segurança Pública (Supesp), que indicaram o mês de outubro como o mais violento do ano (com 284 homicídios) e também o de maior letalidade policial (com 41 registros de mortes por intervenção da polícia). “Ou seja, está havendo um enfrentamento mais forte no estado do Ceará”, constatou. 

“Esse é o tipo de enfrentamento que o eleitorado mais conservador tem cobrado dos governos. A gente já vê uma diferença na postura de um governador do PT, responsável pelas polícias do seu estado, para o discurso a nível federal, a nível nacional”, completou. “A Bahia, por exemplo, que é um estado governado pelo PT há décadas, a Polícia Militar é um das mais letais do Brasil”, falou em seguida.

Estou trazendo dois casos mais específicos e mais próximos da gente, que é o Ceará, que é o nosso estado, e a Bahia, porque tem um histórico de uma atuação muito dura da Polícia Militar. E, ao mesmo tempo, são estados também em que a criminalidade tem avançado muito fortemente, tem tido um crescimento do domínio das facções criminosas, apesar desse endurecimento.
Pedro Barbosa
Cientista político e diretor do Instituto Opnus

Ele citou as falas recentes do governador Elmano de Freitas (PT) em que demonstrou apoio a medidas ostensivas contra facções criminosas. Segundo ele, estão sendo percebidos em seu discurso “elementos que não são típicos de um político de esquerda” ou “de um político do PT” caracterizado, comumente, por “uma posição de mais garantismo judicial”.

Na opinião do entrevistado, tais posições tradicionais da esquerda “são válidas”, mas, “diante do avanço do crime organizado, há grande parte da opinião pública que anseia é endurecimento no combate ao crime”. “Tanto é que, mesmo criticando-se a letalidade da operação do Rio de Janeiro, você tem uma ampla maioria da população que aprova aquele tipo de ação”, argumentou.

Segurança será tema eleitoral?

Indagado sobre a possibilidade de a segurança pública sustentar o debate eleitoral no próximo pleito — quando serão escolhidos os ocupantes da Presidência da República, da Câmara dos Deputados, das Assembleias Legislativas, do Senado Federal e dos governos estaduais — Barbosa disse ser difícil prever.

“Em 11 meses pode acontecer muita coisa. Um mês atrás não estava se falando tanto nesse tema. A operação do Rio de Janeiro colocou a segurança novamente em evidência dentro do âmbito nacional e aí, naturalmente, num estado como o Ceará, onde a segurança já era central, ela domina o tema de forma absoluta”, afirmou

Apesar de apontar uma indefinição acerca do tema central para as eleições de 2026 ou da dimensão dele na disputa a preço de agora, o diretor do Instituto Opnus concordou que a segurança deve ter protagonismo na eleição para o Governo do Estado do Ceará. “Acho que improvável isso mudar”, pontuou.


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