Ex-vice-prefeito de Fortaleza, Gaudêncio Lucena defende que, no Ceará, não há outro caminho para o PL, partido do presidente Bolsonaro, que não o de apoiar a pré-candidatura
de Capitão Wagner (União) ao governo do Estado. Filiado ao partido, ele tem participado das articulações da principal candidatura de oposição no Estado e diz que, no momento certo, Bolsonaro deve exigir essa postura do partido.O PL vive um certo dilema no Ceará entre os membros mais ligados ao chamado "Centrão", que já estavam no partido antes do ingresso de Bolsonaro e aqueles mais à direita, apoiadores do presidente, recém-chegados à legenda.
O presidente estadual da sigla, prefeito do Eusébio Acilon Gonçalves, está na primeira lista e tem uma proximidade com o grupo governista local. Ele defende que o PL tenha candidatura própria e começou a preparar o ex-deputado federal Raimundo Gomes de Matos para a tarefa.
Ocorre que os liderados de Bolsonaro são contra a tratativa e querem mesmo o apoio a Capitão Wagner.
Nos bastidores, opositores apontam que uma candidatura própria do PL poderia favorecer aos governistas.
Gaudêncio Lucena, que deixou o MDB em meio a turbulências com o presidente do Partido, Eunício Oliveira, de quem já foi sócio e amigo, diz que a chapa de oposição está forte e tem reais condições de vencer a disputa nas urnas.
“Você acha que o presidente (Bolsonaro) no momento certo não vai chegar e exigir essa postura do partido (de se aliar ao União Brasil de Capitão Wagner)? Claro que vai”.GAUDÊNCIO LUCENAEx-vice-prefeito de Fortaleza
A tentativa da oposição, detalha Gaudêncio, é formar um grupo de partidos ainda maior. E é onde entra o MDB, ao qual se refere em tom de ironia. “O partido está hoje igual a cururu: o governo botando pra fora e eles querendo entrar... Vamos aguardar as definições”, disse.
O empresário evita falar de possível candidatura dele na eleição e defende que a oposição só defina os candidatos a vice e ao Senado no fim do prazo das convenções partidárias.
HISTÓRICO
Lucena foi vice-prefeito de Fortaleza durante a primeira gestão do ex-prefeito Roberto Cláudio entre 2013 e 2016. Na ocasião, a indicação dele à vice foi feita por Eunício Oliveira, após o grupo dos irmãos Ferreira Gomes romper com o PT, que lançou Elmano de Freitas à sucessão de Luizianne Lins.
Com o posterior rompimento de Eunício com o grupo governista para ser candidato ao Estado em 2014, Gaudêncio foi junto. Depois, ele acabou se afastando e Eunício e se aproximando dos apoiadores do presidente Jair Bolsonaro.
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