Pages

domingo, 11 de novembro de 2018

MICHEL TEMER;: " NÃO TENHO RAZÃO PARA TEMER A JUSTIÇA"

Por ipuemfoco   Postado  domingo, novembro 11, 2018   Sem Comentários


A menos de dois meses para entregar o cargo ao próximo presidente da República, eleito no final de outubro, Michel Temer (MDB) concedeu entrevista exclusiva ao O POVO. 

O emedebista fez um balanço do governo, criticou a gestão da ex-presidente Dilma Rousseff e disse não temer a justiça após concluir o mandato. 

Sobre a carreira na vida pública, o presidente deixou em aberto, e disse ainda que não teme riscos à democracia com a ascensão dos militares ao Poder. Confira a entrevista feita por email:

O POVO - O senhor conseguiu executar o que tinha planejado para o País quando assumiu o Palácio do Planalto com o afastamento da ex-presidente Dilma Rousseff?

Michel Temer - Nosso planejamento estava detalhado no documento "Ponte para o Futuro", da Fundação Ulysses Guimarães, apresentado ao País em 2015, como colaboração ao então governo, que ignorou nossas propostas. Assumi a Presidência da República, por força da nossa Constituição, em meio à maior crise econômica de nossa história. Recoloquei o País nos trilhos e comecei um processo de reformas que moderniza o País e garante o início de um tempo de desenvolvimento sustentável, com resultados positivos para toda a população.

OP - Qual o principal legado do governo nesses últimos dois anos e meio?

Temer - Meu sucessor assumirá a administração de um Brasil bem diferente daquele de 12 de maio de 2016, quando começou nosso governo. Nestes pouco mais de dois anos, com a colaboração efetiva de todos os brasileiros, tiramos o Brasil de profunda recessão. Saímos de um PIB negativo de -8% para índices positivos de crescimento. Temos as menores taxas de juros de todos os tempos. A inflação está controlada e o desemprego está em queda. No mês de setembro, conseguimos mais um recorde: foram criados 137.336 empregos. Esse é o melhor resultado em setembro desde 2013. Esse é o legado: um País reorganizado e pronto para continuar a crescer.

OP - O esforço para conter a crise na economia acabou não resultando em popularidade do governo. O senhor acabou recuando da possibilidade de se lançar candidato à presidência. Por que isso aconteceu?

Temer - Quando assumi disse que não disputaria a reeleição.

OP - Qual foi o momento mais difícil que enfrentou na gestão?

Temer - Governar um País como o Brasil é sempre difícil, pois todas decisões são complicadas e envolvem muitos interesses, não só de âmbito nacional mas com repercussão até no Exterior.

OP - Durante o mandato, o senhor precisou da base parlamentar para barrar duas denúncias da Procuradoria-Geral da República. Teme as investigações após deixar o governo?

Temer - A Câmara votou conforme determina a Constituição e juízo dos próprios parlamentares. Não tenho razão para temer a Justiça.

OP - Após deixar a presidência também encerra a carreira política ou pensa em seguir na vida pública?

Temer - Ainda não defini meu futuro, mas acho que já dei minha contribuição ao logo de quase 40 anos de serviços ao País.

OP - Como o senhor lida com a pecha de "golpista" por parte da esquerda brasileira?

Temer - Isso é uma invenção de alguns grupos para esconder o grande fracasso de uma das piores gestões que o Brasil já teve em sua história. E não há golpe quando a Constituição é cumprida.

OP - Na última eleição presidencial, extremamente polarizada, venceu Jair Bolsonaro (PSL) para comandar o País nos próximos quatro anos. Qual sua perspectiva do novo governo?

Temer - Estamos deixando um governo organizado e com excelentes perspectivas. Veja os indicadores de bolsa de valor. E isso acontece porque a sinalização é de que a nossa agenda de reformas será mantida no próximo governo. Então, eu creio no sucesso do Brasil. Sempre.

OP - Como o senhor observa a ascensão dos militares na política? Crê em riscos à democracia?

Temer - O presidente Bolsonaro foi eleito pelo voto democrático de 57 milhões de brasileiros. Militares são cidadãos como todos os outros brasileiros. A democracia brasileira não corre nenhum risco.

OP - A onda Bolsonaro acabou elegendo governadores, senadores e uma bancada forte na Câmara dos Deputados. No Ceará, o empresário Eduardo Girão, eleitor do presidente eleito, desbancou o presidente do Congresso Nacional, seu correligionário, Eunício Oliveira. Essa onda é longeva?

Temer - Não ouso prever o futuro.

OP - Durante o segundo turno da eleição presidencial, uma manifestação nas redes sociais pedia o #FicaTemer em rejeição aos candidatos Jair Bolsonaro e Fernando Haddad que disputavam a cadeira de presidente. O senhor tomou conhecimento da mobilização? Como recebeu a campanha espontânea?

Temer - Acho que é o reconhecimento de todo o trabalho da equipe de governo e do esforço que fizemos para sair da crise e encaminhar o Brasil para o rumo certo.

Só email

O POVO entrou em contato com a Assessoria do Palácio Planalto para a entrevista com o presidente Michel Temer em outubro. Poderia ser presencial ou por telefone, mas a assessoria informou que seria por email.

Perguntas

As perguntas foram enviadas para a Assessoria no final de outubro. As respostas foram devolvidas na sexta-feira passada, dia 9.

Mandato

O mandato do presidente Michel Temer termina no dia 31 de dezembro de 2018. No dia seguinte, ele passa a faixa para o presidente eleito, Jair Bolsonaro. Os dois já tiveram um encontro na quarta-feira passada.

Sobre o autor

Adicione aqui uma descrição do dono do blog ou do postador do blog ok

0 comentários:

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...
.
Voltar ao topo ↑
RECEBA NOSSAS ATUALIZAÇÕES

© 2013 IpuemFoco - Rádialista Rogério Palhano - Desenvolvido Por - LuizHeenriquee