No lançamento oficial da campanha à Presidência da República no Ceará, o candidato Ciro Gomes (PDT) foi incisivo no que diz respeito ao combate à violência. Diante dos aliados, no sábado (18), em Fortaleza, o candidato citou as maiores facções do país e do estado e disse que enviaria seus integrantes para presídios federais.
“Não adianta imaginar. Isso tem que ter um presidente da República que não tenha medo de dizer em alto e bom som: ‘Atenção PCC, atenção Comando Vermelho, atenção facção dos abestados daqui, que chamam GDE, eu chegando à Presidência da República vai tudinho pra presídio federal (…). Vocês escolheram o povo errado’”, disse o candidato, sob aplausos dos apoiadores.
Se até 2016 o Governo do Estado não reconhecia a existência de facções no Ceará, agora um candidato a presidente com origem no Ceará fala o nome das organizações criminosas nominalmente. O vídeo viralizou em redes sociais nesta terça-feira (21).
No palanque, além de Ciro Gomes, estavam o irmão Cid, candidato ao Senado também pelo PDT, o presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, e Camilo Santana (PT), que tenta a reeleição para governador do Ceará.
Violência sem controle
No governo de Camilo Santana, os números da violência chamam atenção. Com o crescimento da atuação das facções no Ceará, a insegurança ficou mais evidente para a população, principalmente em números. Só em julho, por exemplo, o estado registrou um homicídio a cada duas horas, de acordo com dados divulgados pela Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS).
De janeiro a julho, o Ceará já registra um total de 2.758 assassinatos, sendo 47 pessoas vítimas de sete chacinas. A marca é ligeiramente inferior aos sete primeiros meses de 2017, ano em que a violência foi recorde no estado, quando houve 2.773 casos.
A violência no Ceará teve um grande crescimento no número de homicídios nos últimos 20 anos, sobretudo nos oito anos de governo de Cid e nos três e meio de Camilo. O aumento de 1998 a 2017 foi de 545%, subindo de 941 assassinatos para 5.134.
O número registrado no ano passado foi o maior na história. A escaladada de violência supera e muito o crescimento populacional do Ceará, que saltou de 7 milhões para 9 milhões no período – aumento de 28%.TRIBUNADOCEARÁ
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