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quinta-feira, 4 de agosto de 2016

O TERRITÓRIO SEM LEI DO FACEBOOK

Por ipuemfoco   Postado  quinta-feira, agosto 04, 2016   Sem Comentários


E terreno mais propício que qualquer outro para o jogo rasteiro.
A história se repete, em alguns momentos como tragédia e farsa simultâneas. Em 2012, as duas maiores coligações lideraram, com enorme folga sobre as menos estruturadas, a quantidade de infrações por propaganda eleitoral. 

Os candidatos eram Roberto Cláudio (PDT) e Elmano de Freitas (PT) – novamente candidatos este ano, respectivamente à reeleição como prefeito e a vice-prefeito. A contagem das irregularidades se dava aos milhares. 

Enquanto pleiteavam o direito de administrar a Cidade, as duas coligações protagonizaram provavelmente o mais imundo espetáculo oficial de degradação do espaço público já visto em Fortaleza. 

Este ano, a campanha nem começou a propagar a poluição visual e a sujeira pelas ruas. Mas as duas candidaturas que despontam, em princípio, como as maiores forças já são punidas pela Justiça. A porcaria eleitoral ainda não chegou às ruas. Mas o esgoto espalha seu fedor há tempos pelo Facebook.

Tanto Roberto Cláudio quanto o Capitão Wagner (PR) receberam determinações da Justiça Eleitoral para apagarem postagens pagas no Facebook. O primeiro questionamento a ser feito é: quem paga as postagens patrocinadas? Não é muito dinheiro, é verdade. 

Mas os donos dos perfis pagam de seus próprios bolsos? Ou recebem apoio para tal? Outro aspecto é: com que propósito a divulgação de seus perfis? Buscam mais seguidores, apenas? A se considerar que estão em plena pré-campanha eleitoral.

Empresas querem impulsionar seus perfis no Facebook para terem canais de diálogo com clientes. O POVO Online tem mais de um milhão de seguidores e é, disparado, o veículo de comunicação cearense com maior presença na rede social, com objetivo de levar seus conteúdos a cada vez mais gente. Um candidato, nas vésperas de campanha, há de querer o quê?

OS PERFIS CLANDESTINOS

E a campanha nos perfis oficiais, com rosto para mostrar, é o menor dos males. Outras pragas têm proliferado nesta pré-campanha. São os perfis que não são assumidos pelas campanhas – alguns são anônimos ou têm testas de ferro. São usados ostensivamente para divulgar algumas candidaturas e – acima de tudo – para atacar outras. Já foram usadas para todo tipo de postura sórdida.

Houve postagem informando que Heitor Férrer (PSB) teria intenção de usar carne de jumento na merenda escolar e outra fazendo menção a “série de desequilíbrios” do candidato. Postagens essas também patrocinadas – sabe-se lá por quem e com qual objetivo.

Sobre Roberto Cláudio, já houve divulgação de que sua campanha estaria pedindo doações de material de construção, com o adendo de que não precisa ser de qualidade.

Sobre o Capitão Wagner, sua campanha aponta outro tipo de estratégia: páginas que se passariam por apoiadoras suas, mas que divulgam conteúdos que, aparentando ser dele, objetivam provocar desgaste. Algumas, inclusive, com o mesmo nome de páginas oficiais dele.

São manobras torpes, indignas de quem pretenda fazer carreira pública. São casos de Polícia. É crucial que as autoridades se organizem e estejam atentas a esse tipo de sordidez. São desqualificadoras dos candidatos que eventualmente tolerem esse tipo de canalhice de suas campanhas.

As primeiras punições por postagens pagas no Facebook são primeiro sinal dessa nova ordem das campanhas políticas. Porém, coisa muito pior ocorre despudoradamente. Identificar os autores não é tão difícil. Se o Ministério Público Eleitoral não agir logo, será conivente com crimes diversos em curso.

TECNOLOGIAS ALGUNS PASSOS À FRENTE DAS LEIS

As campanhas eleitorais têm regulamentação já consolidada nos meios de comunicação tradicional, mas a lei não tem conseguido acompanhar a dinâmica dos novos fluxos de informação. A cada eleição, novas realidades surgem. 

Esta será a primeira eleição municipal depois que o WhatsApp se popularizou como meio de comunicação preferencial para a maior parte da população. Deverá ser ferramenta destacada na campanha deste ano. Com um agravante: não é comunicação pública, mas realizada a grupos fechados. 

Vai sendo difundida, a ponto de muitas vezes nem ser possível saber onde começou. Será desafio e tanto para a fiscalização. E terreno mais propício que qualquer outro para o jogo rasteiro.Érico Firmo/OPOVO

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