CRISE NA SAÚDE; GOVERNO NÃO PODE SE CALAR QUANTO A DENÚNCIA SOBRE UTIs

Os gestores da saúde no ceará têm que vir a público explicar o motivo dessa calamidade

É grave a denúncia apresentada pelo Sindicato dos Médicos do Estado do Ceará (Simec), como publicado na edição de ontem do O POVO, segundo a qual, pelo menos 110 pacientes estariam internados em Unidades de Pronto Atendimento (UPA) esperando por um leito de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) em Fortaleza. Destes, 15 estariam intubados. 

Ressalte-se que a informação refere-se a manhã do último sábado. De acordo com a presidente do Simec, Mayra Pinheiro, os dados foram colhidos junto aos próprios médicos dessas unidades, já que o paciente ao chegar à UPA e precisar de internação, a central de regulação de leitos é acionada para providenciar a inserção do doente grave no sistema. 

A permanência do paciente na UPA, nesse sentido, faria parte da orientação da central, em vista da indisponibilidade de leitos.

O aspecto mais grave em relação ao problema, destaca a presidente do Simec, é que há entre esses pacientes, pessoas com suspeita de meningite, crianças com pneumonia, entre outros, o que colocaria mais ainda em risco a vida desses doentes, por estarem ali desde diagnosticados com quadros de indicação cirúrgica a suspeitos de doenças infecciosas. 

A se confirmar de fato essa situação, os gestores da saúde no Ceará têm que vir a público explicar o motivo dessa calamidade. Sim, porque não há outro nome para ser designado esse cenário, a não ser uma calamidade.

Na edição de sexta-feira (24) O POVO noticiou que 239 pacientes eram mantidos nos corredores das emergências de hospitais da Capital aguardando leitos de UTI, o que pode denotar que o problema seja bem mais grave. A se lamentar que o Estado esteja passando por esse drama novamente. 

Em 2003, o próprio jornal foi protagonista, ao mostrar um quadro dantesco de ausência de leitos de UTI, o que gerou ação efetiva por parte da secretaria de Saúde do Estado, zerando a procura por leitos a partir de uma melhor estruturação da central de leitos. Será que teremos que passar por tudo de novo?OPOVO