Raras polarizações refletem a complexidade da política. Foram 54 milhões de votos de um lado e 51 milhões de outro. Ambos os candidatos tiveram muita adesão em todas as classes, regiões, perfis.
Não dá para dizer que só a elite votou em Aécio. Assim como Dilma teve votos de empresários, do mercado financeiro, da classe média alta. Mas, dependesse apenas desse eleitorado, Aécio seria presidente. Nas atitudes, Dilma é coerente com o discurso de união pós-campanha.
Mas, certa ou errada, dialoga mais com o discurso que derrotou que com o que a fez vencedora. Sinaliza mais para quem não votou nela que para quem votou.
OS ESPAÇOS DA POLÍTICA
PT e PSDB são partidos bastante diferentes, desde as origens, passando pelas bases sociais, e, às vezes, até na forma de governar. Por mais limitadas que sejam as categorizações, vamos a elas. O PT nasceu como partido de esquerda e, para se eleger e ainda mais para governar, movimentou-se para o centro.
OS ESPAÇOS DA POLÍTICA
PT e PSDB são partidos bastante diferentes, desde as origens, passando pelas bases sociais, e, às vezes, até na forma de governar. Por mais limitadas que sejam as categorizações, vamos a elas. O PT nasceu como partido de esquerda e, para se eleger e ainda mais para governar, movimentou-se para o centro.
O PSDB surgiu como centro-esquerda e aliou-se ao PFL (hoje DEM), que pode ser considerado centro-direita. Assim, as duas siglas ocupam quase todo o espectro ideológico, da centro-esquerda à centro-direita. Só ficam fora os extremos. Isso vale como discurso, mas é necessariamente uma falácia como prática.
Manifestações de apoiadores tanto de Dilma quanto de Aécio mostram existir segmentos nada desprezíveis tanto à esquerda do PT como à direita do PSDB. Setores não adequadamente representados pelos dois partidos, mas que votam por falta de alternativas competitivas.
Manifestações de apoiadores tanto de Dilma quanto de Aécio mostram existir segmentos nada desprezíveis tanto à esquerda do PT como à direita do PSDB. Setores não adequadamente representados pelos dois partidos, mas que votam por falta de alternativas competitivas.
Falta espaço para os outros. O PT chegou ao poder quando deixou o eleitorado só de esquerda e atraiu o centrista. Como se move com mais mobilidade nesse espectro, vai se mantendo no poder. Mas essa ostensiva hegemonia dos dois partidos distorce o reflexo da sociedade que a política pretende ser.Érico Firmo/OPOVO
0 comentários:
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.