O desembargador Francisco Gladyson Pontes negou nesta terça-feira (9) o pedido do prefeito afastado de Madalena, no Ceará, Zarlul Kalil, para voltar ao cargo. Kalil foi afastado por determinação da Justiça em 25 de novembro suspeito de desviar R$ 6,9 milhões dos cofres públicos.
O desembargador afirmou na decisão que é "demasiado inverossímil que o descalabro administrativo tão generalizado não estivesse sob o controle finalístico e não fosse da ciência do Prefeito Municipal”.
O prefeito Zarlul Kalil Filho, os secretários do município, a primeira-dama e membros da comissão de Licitação e assessores jurídicos foram afastados durante a operação Caixa Preta. No total, 26 pessoas foram afastadas. Durante cumprimento de mandados de busca e apreensão, cinco pessoas foram presas em flagrante por posse ilegal de armas e munição.
De acordo com o Ministério Público, eles são suspeitos de fraudes em licitações realizadas em 2013 e 2014, que somam o valor R$ 6,9 milhões. O G1 tentou entrar em contato com Zarlul Kalil Filho, mas as ligações para o prefeito e para a prefeitura não foram atendidas.
As investigações são realizadas pelos promotores de Justiça Alessandra Loreto (titular da Comarca de Madalena), Gustavo Jansen, Igor Pinheiro, André Clark, Iuri Rocha e Patrick de Oliveira, com apoio logístico do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco).
A operação Caixa Preta foi realizada junto com a Polícia Civil nas cidades de Madalena, Boa Viagem, Tauá e Fortaleza. De acordo com a ordem judicial, o vice-prefeito de Madalena deverá ser empossado "imediatamente", em sessão extraordinária a ser designada pela Câmara Municipal.
Também foram cumpridos 21 mandados de busca e apreensão e bloqueio dos ativos financeiros, a indisponibilidade dos bens de todos os réus e a quebra dos sigilos bancário e fiscal.
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