A mais nova ação desencadeada pela Polícia Federal (PF) na Operação Lava Jato, que resultou em mandados de prisão de funcionários e altos executivos das empresas Camargo Correa, OAS, Mendes Junior, Engevix e Galvão Engenharia, UTC e Iesa, além de mandados de busca e apreensão nas sedes das empresas Queiroz Galvão e Odebretch, já pode desde já ser considerada um marco importante no combate a corrupção endêmica que assola o país.
As prisões envolvendo o alto escalão das maiores empreiteiras do Brasil, responsáveis por participações em contratos de valores astronômicos, revelam no mínimo a condução correta da investigação sobre os desmandos relacionados a Petrobras ultimamente.
Não custa lembrar, a partir de informações da própria Polícia Federal que, apenas com a Petrobras, essas empreiteiras têm contratos que somam R$ 59 bilhões.
Não é novidade que a corrupção no Brasil possui tentáculos que se ramificam por vários meios e que o corrupto não existe sem a sua ponta completar, representada pelo corruptor.
No entanto, no histórico recente de operações empreendidas pela PF, quase nunca se chegou com tanta força e ousadia a corruptores desse nível de importância.
O Brasil passa por um momento ímpar no que diz respeito ao enfrentamento da chaga da corrupção e o tema ganhou o devido destaque durante a última campanha presidencial.
Entender, porém, que o problema estaria restrito somente a esfera do poder público é tentar tapar o sol com a peneira. Vivemos em período no Brasil no qual a convivência perniciosa entre alguns segmentos da política e setores que transitam no seu entorno, não pode mais ser tolerada.
Para que esse enfrentamento se dê, de fato, todavia, é preciso que toda e qualquer investigação vá ao fundo do poço, não se rendendo aos poderosos que muitas vezes manipulam as instituições de forma desavergonhada. A sociedade brasileira não mais tolera o velho chavão de que só os pobres vão para a cadeia.
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