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terça-feira, 24 de junho de 2014

SAINDO DA ROTINA; "OLHO GORDO" EXISTE??

Por ipuemfoco   Postado  terça-feira, junho 24, 2014   Sem Comentários

Uma vez, minha sobrinha recebeu uma nova e excelente proposta de emprego. Disse a ela:

– Não conte a mais ninguém. Nem às pessoas de quem mais gosta.

Ela não entendeu. Expliquei que até mesmo alguém que nos ama, ao ouvir sobre uma oportunidade tão boa, diz, lá no fundo do coração:

– Mas por que isso acontece com ela e não comigo?

A inveja é um sentimento poderoso. Muitas vezes vem de quem a gente menos espera. É um sentimento negativo que afeta, sim, nossos projetos, vidas, amores. Seja por meio de conselhos amigáveis que nos destroem mais ainda, de pequenas ações, de comentários. Ou, muitas vezes, revelando um segredo para nós inestimável. 

A maneira como alguém lida com uma intimidade que a gente conta é bem diferente da nossa própria. Um “amigo” pode revelar um segredo mais íntimo numa mesa de jantar apenas para aparecer e brilhar naquele momento.

– Sabiam que fulana está de caso com beltrano?

– Não diga! Mas ela não é casada?

Um bom amigo me aconselhou há tempos:

– Um segredo é algo que não se conta a ninguém.

Mas é difícil, não? Sou de família espanhola, emocional. Tenho necessidade de desabafar. É quase impossível controlar minha boca. E, às vezes, inútil, porque, se não digo, inventam. Nem escrevi a sinopse da minha próxima novela. 

Contei algumas ideias a pessoas de meu meio profissional, inclusive porque estou fazendo uma pesquisa. As colunas de fofoca televisivas, sites, dão uma notícia atrás da outra, algumas baseadas em meus pequenos comentários, totalmente modificados. Outras simplesmente inventadas. Sobre a vida das pessoas, também. A atriz Carolina Dieckmann tem minha admiração. 

Teve a coragem de despertar a antipatia da imprensa, ao processar um programa de TV que tentou invadir a intimidade de seu apartamento usando, pelo que me lembro, um fotógrafo no alto de uma grua. Não vou acusar os jornalistas em questão de invejar Carolina Dieckmann. Ou melhor, não especialmente ela. 

O sucesso alheio provoca inveja. Seja a fama ou uma pequena vitória profissional. A inveja leva a essa vontade de depreciar o que é do próximo ou, pelo menos, torná-lo malvisto perante a sociedade. 

Lembro que certa vez me candidatei a um emprego, faz muito tempo, de assessor de imprensa de uma revista. O dono praticamente me contratou. E me apresentou à editora, uma jovem com quem trabalhara muitos anos noutra publicação. Ela me recebeu muito bem, sorriu. Depois, não consegui o trabalho. 

Meses mais tarde, soube que ela dissera ao proprietário que “não se dava bem comigo”. Até hoje não sei por quê. Nas raras vezes em que nos encontramos depois, sempre sorriu muito e me cumprimentou com aparente alegria. O único motivo que posso imaginar é, no outro trabalho, eu ter me dado muito bem com a direção e obtido sucessivas promoções. 

Embora nunca tenha sido seu chefe. A inveja é vizinha da ambição. Leva a crimes, como o caso recente da psicopata que mandava assassinar quem estava acima dela, para abrir vagas para sua própria promoção. 

Imagino a jovem, chegando de manhã, cumprimentando com um sorriso a chefe cuja morte acabara de encomendar. É assim que acontece, por mais que nos provoque calafrios.

Confesso, acredito em olho gordo. A inveja, seja de maneira objetiva ou inexplicável, pode ter um efeito negativo sobre a vida da gente. Há casos mais sérios, em que uma ex-namorada gasta fortunas em galinhas pretas, velas e tudo o mais, para tentar destruir o casamento do ex. E até dá uma desculpa a si mesma, dizendo:

– Ele merece, porque foi um canalha comigo.

Se dá certo, não sei. Mas de que essa inveja da felicidade alheia não resulta em nada de bom, tenho certeza. Lembro quando eu morava num apartamento e decidi ir para uma casa, a reformar (sim, adoro reformas). 

Convidei um rapaz e sua mãe, que trabalhavam na área, para conhecerem o projeto. Havia um pé de arruda na entrada. No dia seguinte, estava inteiramente seco. Deveria ter pensado melhor, mas achei que era superstição. 

A obra terminou em briga, ameaça de processo, uma loucura. Percebi que, desde o começo, a mulher tinha raiva de mim, só me tratava com rispidez, embora eu estivesse lhe dando um trabalho.

Particularmente, penso que há algo além de nós, algo incompreensível neste mundo – e que energias negativas conseguem afetar nossas vidas. Assim como as positivas. Podem me chamar de tonto, crédulo. Mas, que olho gordo existe, ah, eu acredito! EPOCA

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