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quarta-feira, 9 de abril de 2014

SUCESSÂO NO CEARÁ; OPORTUNIDADE OU OPORTUNISMO POLÍTICO??

Por ipuemfoco   Postado  quarta-feira, abril 09, 2014   Sem Comentários

                       


A família Ferreira Gomes, desde 1890 até os dias de hoje. vem dando seguidas demonstrações de grande senso de oportunidade política. Para tal não tem o menor receio de romper velhas parcerias e iniciar novas alianças. Os Ferreira Gomes estiveram no poder desde a origem do município de Sobral (CE). Os dois primeiros prefeitos foram, em 1890, Vicente César Ferreira Gomes, e em 1892, José Ferreira Gomes.

A família retornou ao poder em 1935, quando outro parente de Ciro, Vicente Antenor Ferreira Gomes, foi prefeito por nove anos, até 1944, durante o governo de Getúlio Vargas. Durante o período de 1944 a 1977, ou seja 33 anos, a família ficou distante do poder e da política.

Aliança com os Prado

Pelo menos até que o pai de Ciro e Cid, José Euclides Ferreira Gomes, que era defensor público, voltou à chefia do Executivo municipal entre 1977 e 83, a família vivia, então, sob a tutela política da família Prado.

O prefeito José Prado era então forte liderança de Sobral. Mais tarde, há um rompimento da família Ferreira Gomes com a família Prado. Então, se aproximaram do senador e depois ministro de Minas e Energia Cesar Cals.

Aliados de César Cals

Depois de ter o apoio da família Prado, José Euclides, então filiado ao PDS, obtém o apoio de César Cals, um dos três coronéis que se revezaram no Governo do Ceará durante o regime militar (1964-1985). Ao lado de Virgílio Távora e Adauto Bezerra formou um triunvirato de coronéis.

Em 1965, os treze partidos existentes à época foram extintos pelo Ato Institucional nº 2, sendo substituídos por dois novos partidos, os únicos autorizados: um, de apoio ao governo (Arena), e outro, de oposição (MDB).

A partir de 1977 foi permitido que cada um deles apresentasse mais de um candidato, nas eleições majoritárias. Ao final, somavam-se os votos dados às sublegendas, e a totalidade dos votos era atribuída ao candidato mais votado.

A regra beneficiava o partido do governo, ao impedir que o MDB se beneficiasse de eventuais divisões internas da Arena. César Cals era da Arena 3, uma sublegenda naquela sistema político.

Vez de Tasso Jereissatti

Mais tarde, César Cals transferiu-se para o PDS em 1980, juntamente com os Ferreira Gomes. Em 1986, os Ferreira Gomes romperam com César Cals e se uniram ao grupo do então peemedebista, Tasso Jereissatti. 

Os Ferreira Gomes saíram do PMDB e se filiaram ao PSDB, mesmo partido para onde foi Tasso Jereissati.

Naquele ano de 1986, os Ferreira Gomes entraram no Governo do Estado por intermédio de Ciro Gomes, que virou líder do Governo Tasso Jereissati. Em1988, Ciro Gomes se elegeu prefeito de Fortaleza, e depois se elegeu governador do Ceará em 1992, sempre com apoio de Tasso Jereissati.

PPS ao lado de Lula

Os Ferreira Gomes ficaram no PSDB até 1998, quando Ciro Gomes se lançou candidato à Presidência da República em 1998 pelo PPS. No ano de 2002, os Ferreira Gomes tiveram o apoio de Tasso Jereissati que não votou no coreligionário tucano José Serra que disputou com Lula aquela eleição presidencial. No segundo turno, Ciro Gomes apoiou Lula, o vitorioso.

Em 2005, os Ferreira Gomes decidiram deixar o PPS, indo para o PSB de Eduardo Campos, e apoiar o presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, rompendo com quem lhe deu legenda para disputa à Presidência, o então senador Roberto Freire, presidente do PPS. 

Em 2006, ele conseguem convencer Jereissati e não apoiar a reeleição do então governador do Ceará, Lúcio Alcântara(PSDB), para coloarem no lugar o irmão de Ciro, o engenheiro Cid Gomes, que tinha sido prefeito de Sobral por dois mandatos. 

Cid foi reeleito governador com apoio de Lula e aí os Ferreira Gomes abandonaram o grande apoiador de quase duas décadas, Tasso Jereissati. Eles apoiaram o então deputado federal José Pimentel(PT), na eleição ao Senado, contra Jereissati que tentava a reeleição ao Senado. 

Recentemente, em mais uma jogada de oportunismo político, os Ferreira Gomes romperam com o presidente do PSB, Eduardo Campos, indo ingressar no novo partido PROS, para apoiar a reeleição da presidenta Dilma Rousseff.

PROS e apoio a Dilma

No cenário local, os Ferreira Gomes decidiram, mesmo após o processo de cooptação do vice-governador Domingos Filho, que decidiu sair do PMDB, partido que o indicou para compor a chapa vitoriosa em 2010, levá-lo ao PSB e depois ao PROS- deixá-lo de lado. 

Preferiram não lhe dar o direito de assumir o governo do Estado. Com a acusação pública, feita pelo secretário de Saúde, Ciro Gomes, de que não poderiam entregar o Ceará a um “aventureiro”.

Os Ferreira Gomes conseguiram emplacar um correligionário, o prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio, derrotando os antigos aliados do PT com o apoio do PMDB do atual líder peemedebista no Senado, Eunício Oliveira (CE).

O cenário atual indica a notória relutância do grupo da família Ferreira Gomes, por meio de Ciro e Cid, em retribuir o apoio ao aliado, Eunício Oliveira, que não esconde seu desejo de concorrer ao Governo do Estado do Ceará.

Os Ferreira Gomes, agora sob o comando do governador Cid Gomes, querem continuar no poder elegendo um quadro de sua extrema confiança, porém eles agora tem um partido para dizer que é deles.
(Por Maurício Nogueira, especial para Agência Politica Real, com edição de Valdeci Rodrigues)  

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