Pages

quarta-feira, 23 de abril de 2014

COMO TASSO MUDA A ELEIÇÃO

Por ipuemfoco   Postado  quarta-feira, abril 23, 2014   Sem Comentários

                           
A hipótese, pela primeira vez admitida por ele, de Tasso Jereissati (PSDB) ser candidato a senador altera de forma considerável o jogo eleitoral no Ceará. Sobretudo diante da perspectiva de a aliança se dar não com Eunício Oliveira (PMDB), mas com Roberto Pessoa (PR). 


A dificuldade aqui comentada ontem de levar o senador peemedebista ao palanque de Aécio Neves (PSDB) se mostrou obstáculo intransponível até aqui. Com Eunício, Tasso faria aliança com aquela que é, até o momento, a candidatura a governador que lidera as pesquisas. Ele daria peso a essa chapa e ambos se retroalimentariam. 

Com Roberto Pessoa, o cenário é um pouco diferente. O principal líder do PR na atualidade foi por oito anos o popular prefeito de Maracanaú, segundo maior PIB do Estado. Mas, sozinho, não teria força para uma candidatura competitiva. Tanto que condiciona sua entrada na disputa à formação de chapa com Tasso. 

Se não, vai tocar os preparativos para sua campanha a deputado estadual. Tendo o tucano ao seu lado, todavia, a chapa se encorpa e ganha peso considerável. Se não para ganhar a eleição para governador, certamente para fazer barulho.

COMO EUNÍCIO É AFETADO

Um efeito colateral, se confirmada essa tendência, é o certo enfraquecimento de Eunício. Não só porque Tasso deixa de fortalecer o lado peemedebista. Além disso, ele retira o PR do palanque do senador. Até então, o PR se encaminhava para ser o principal partido a apoiar o PMDB.

Sem ele, fica praticamente só com o PRB e com a perspectiva de atrair um nanico ou outro. Há personagens importantes de vários partidos que se engraçam para o lado de Eunício, mas como líderes isolados. Se o partido não estiver na coligação, nada agrega em termos de tempo de rádio e televisão.

O QUE MUDA NA PERSPECTIVA PARA A ELEIÇÃO

Outro efeito para a disputa mexe com o próprio cenário que se prenuncia. Até agora, havia perspectiva de duas candidaturas competitivas. Isso significaria uma probabilíssima definição em um turno só, seja para um lado ou para o outro. Com Roberto Pessoa no páreo na condição de candidato de Tasso, a possibilidade de segundo turno se torna mais real.

Outra perspectiva é de uma disputa bem mais agressiva. Até por ainda não se assumir como oposição – em tese, aguarda até a semana que vem a resposta de Cid Gomes (Pros) sobre apoiá-lo ou não – Eunício adota discurso cauteloso. É preciso observar seu discurso com uma lupa para perceber algo que lembre uma crítica. Pela sua história política, não é de se esperar uma campanha mais crítica, com ataques mais incisivos.

De Roberto Pessoa pode-se dizer o oposto. Sem ser candidato, ele já se estranhou feio com os Ferreira Gomes. Com Ciro Gomes (Pros), por pouco não entrou em confronto físico, em meio a polêmica em boa parte não publicável. 

Enfim, com ele no páreo, pode-se ter certeza de que a campanha ganhará significativamente em, digamos, emoção. As críticas à gestão Cid serão certamente mais, digamos, diretas.

A CANDIDATURA DE OPOSIÇÃO
A campanha muda com Tasso como candidato, mas isso está longe de significar que ele será vitorioso de véspera. Candidatura de oposição não é brincadeira e o tucano descobriu isso em 2010, na primeira vez em que se lançou numa disputa sem o apoio do governador de plantão. 

Novamente, ele enfrentará as administrações em todos os níveis, sem deputados estaduais, vereadores, quase sem prefeitos e só com um deputado federal. 

Com Eunício, teria o suporte de uma pesada estrutura de campanha, ao lado de um candidato que larga na liderança. Com Roberto Pessoa, porém, é ele o puxador de votos. Mesmo com todas as condicionantes, é um postulante fortíssimo em qualquer cenário, tanto que os prováveis adversários já acusaram o golpe e ensaiaram reação.

Em síntese, Tasso arrisca muito no caso de ser candidato. Certamente, não vai querer terminar a carreira política derrotado por alguém a quem tanto já criticou - no caso, o deputado federal José Guimarães (PT). E essa hipótese não é remota. Mas o fato é que o tucano também cria problemas para petistas e ainda para Eunício, para Cid Gomes... Embaralha, enfim, o jogo inteiro.

Só quem não tem do que se queixar é Aécio Neves, que ganha um palanque e tanto na região onde tem mais dificuldades.
Érico Firmo/OPOVO

Sobre o autor

Adicione aqui uma descrição do dono do blog ou do postador do blog ok

0 comentários:

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...
.
Voltar ao topo ↑
RECEBA NOSSAS ATUALIZAÇÕES

© 2013 IpuemFoco - Rádialista Rogério Palhano - Desenvolvido Por - LuizHeenriquee