Após giro europeu, Joaquim Barbosa retorna ao Brasil e ao comando do STF;Casa revirada; ministra Carmen Lucia não assinou decreto de prisão de João Paulo Cunha, que ele deixara para ela; Ricardo Lewandowski fez andar pedido de trabalho de José Dirceu, que ele barrara; de quebra, autorizou petição por escrito de advogada Deborah Prates, que é cega e sofrera veto de Barbosa;
Delúbio Soares deu retweet em fotos amistosas do magistrado, em Miami, no passado, com condenado e foragido do Brasil Antônio Mahfuz; nesse baile, José Genoino entrou e saiu do Incor, em Brasília, aumentando a pressão emocional para ser mantido em prisão domiciliar;
Vaquinhas bem sucedidas do PT fortaleceram seus mártires; abaixo-assinado na internet pede impeachment de Barbosa; ufa!; a julgar pelo histórico, aguardem: JB tem motivos para radicalizar.
247 – Os sorrisos que o presidente do STF, Joaquim Barbosa, exibiu durante suas doces férias na Europa, entre Paris e Londres, podem desaparecer nesta segunda-feira 3. É a data marcada para sua volta ao trabalho, retomando a guarda do considerado orgão mais poderoso do mundo no gênero.
Como já se sabe, Barbosa pode muito – e a depressão pós-férias que acomete muita gente pode se transformar, nele, em decisões capazes de abalar a calmaria do período em que ele mesmo esteve ausente.
Em Paris, antes de visitar as Galeries Lafayette, Barbosa soube e, imediatamente, reclamou pelo fato de a ministra Carmem Lucia não ter assinado o decreto de prisão para o ex-presidente da Câmara João Paulo Cunha.
"Um condenado terá um mês a mais de liberdade", atacou. Barbosa disse que tivera muito trabalho e, por isso, deixara passar a canetada final pela prisão, que ele esperava que fosse dada por Carmem Lucia.
No mês a mais de liberdade citado por Barbosa, João Paulo dirigiu-lhe uma carta aberta frontal e cortante. "O presidente do STF pode muito, mas não pode tudo", registrou o petista.
Quando ainda se distraia do revés em Brasília com caminhadas pela Cidade Luz, Barbosa teve de engolir a atitude do presidente em exercício do STF, Ricardo Lewandowski, que não viu motivos para deixar engavetado o pedido do ex-presidente do PT José Dirceu para trabalhar fora da cadeia – de resto uma solicitação atendida para outros condenados. Lewandowski enviou a solicitação de Dirceu para a Justiça comum de Brasília.
Em outra decisão que mostrou em todos os detalhes uma sensibilidade oposta a de Barbosa, Lewandowski permitiu à advogada Deborah Prates, que é cega, fazer petições por escrito. O presidente que estava em férias negara mais essa solicitação. Durão!
ENTRE O MUITO E O TUDO - Nesse quadro, José Genoino, certamete sem querer, aumentou o clima emocional em torno de sua figura. Neste domingo 2, véspera da volta de Barbosa ao batente, ele deu entrada na emergência do Incor, em Brasília, sendo liberado horas depois.
O boletim médico afirmou que seu estado de saúde demanda repouso. Caso, porém Barbosa tenha uma visão diferente desta, ele poderá determinar a volta d Genoino ao Complexo da Papuda.
Tudo, em termos de decisões jurídicas, pode acontecer agora que Barbosa, renova, retoma o STF após as férias em que recebeu cerca de R$ 14 mil em diárias. Espera-se quase que de imediato a canetada para a prisão de João Paulo, mas ele também pode ser duro com Genoino e Delúbio, em razão da tuitada que lhe foi atribuida.
Como moldura, Barbosa, o retorno, tem o sucesso das vaquinhas em prol dos condenados do PT, que vão arrecadando grandes somas para pagar com sobras as multas impostas a Genoino, Delúbio e Dirceu, e mais um, digamos, detalhe.
Um abaixo-assinado circula pela internet para colher adesão a um pedido de impeachment ao ministro. O tipo de provocação que nenhum ministro do STF tem motivos para gostar.
O quanto Barbosa pode, entre o muito e o tudo, será mais uma vez mostrado por ele mesmo a partir desta nova fase de volta ao trabalho.
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