POLÍCIA CIVIL CONSIDERA FILHO DE CINEASTA O RESPONSÁVEL PELO O ASSASSINATO DO PAI

Aos 80 anos, o documentarista Eduardo Coutinho, considerado o mais importante do País, foi assassinado na manhã de hoje a facadas, em seu apartamento, na Lagoa, zona sul do Rio. A Polícia Civil informou há pouco que já considera Daniel Coutinho como responsável pelo assassinato do pai. 

Policiais da Divisão de Homicídios declararam a prisão de Daniel, que está internado no Hospital Miguel Couto.

A mulher do cineasta, Maria das Dores, de 62 anos, está internada em estado grave no Hospital Miguel Couto, no Rio. Ela também foi agredida e levou duas facadas no peito, três no abdômen e apresenta uma lesão no fígado.

Daniel Coutinho, filho do casal, chegou ao hospital com duas facadas no abdômen. Os dois foram submetidos a cirurgias. Daniel se encontra estabilizado. O cineasta não chegou a ser transferido para o hospital - morreu em casa.

Daniel tem problemas mentais e é dependente de drogas, segundo amigos do cineasta ouvidos pelo Estado. A produtora de cinema Vera de Paula contou que Coutinho procurou ajudar o filho empregando-o em seus filmes, mas as tentativas nunca deram certo.

"Ele colocava o filho na equipe, levava para as filmagens, tentava ajudar, mas sempre dava confusão. Ele tem problemas mentais e usava drogas. Coutinho era muito discreto, mas sabemos que sofria muito com essa situação", disse Vera.

O porteiro do prédio da família, na zona sul do Rio, ouviu gritos vindos do apartamento de manhã. Os bombeiros foram acionados às 11h48. Coutinho morreu em casa. Ainda não foi divulgado quantos ferimentos sofreu. Não há informações sobre velório e enterro. Quem está tomando as providências é o filho Pedro, que é promotor de Justiça na cidade de Petrópolis, na Região Serrana do Rio.

Coutinho filma desde 1966 e é conhecido por filmes como Cabra Marcado para Morrer, considerado sua obra-prima, Edifício Master e Jogo de Cena.estadao