FALTA PRIORIDADE NOS PROJETOS DE IRRIGAÇÃO,REVELA EX-SECRETÁRIOS

                  
Falta prioridade na irrigação de plantios no Ceará. Quem acusa é o ex-secretário do Desenvolvimento Rural do governo
Tasso Jereissati, Pedro Sisnando. Para ele, a irrigação das águas do Ceará tem que ter prioridades necessárias para evitar o que, na opinião dele, seriam desvios que estariam acontecendo com o plantio de algumas culturas, principalmente nessa época de seca. Segundo Sisnando, a água é pouca e não está sendo bem aproveitada.

Ele acrescenta que os perímetros irrigados Tabuleiro de Russas e Acaráu estão em andamento, mas sem uma orientação certa para um planejamento adequado, ou seja, plantar o que mais necessita para evitar o que poderá ser deixado para mais adiante. “Percebo que hoje há plantios que não são essenciais para o objetivo da real sustentabilidade da agricultura”, alerta.

Ele acha que, no momento, não é prioritário fazer reflorestamento, pastos rotativos para pecuária, porque isso vai contaminar os projetos de irrigação. O ex-secretário reconhece que a fruticultura é importante na área de irrigação, mas ressalta a importância de deixar uma parte para produção de grãos, principalmente de milho, que irá abastecer a avicultura que cresce continuamente no Ceará.

Milho e algodão

Ainda com relação ao milho, ele disse que seria possível haver três safras em um ano com plantio de, no mínimo, dez mil hectares. Sisnando diz ainda que esse plantio poderia ser consorciado com algodão, que apoiaria a indústria têxtil em competição com a China, que está entrando com produtos sintéticos. “As prioridades na irrigação do Ceará estão erradas, precisando de conserto”, sugere.

Seca

Por fim, o ex-secretário reconhece que há uma seca muito grande no Ceará que está causando muitos problemas na agricultura, mas alerta que se algumas providências forem tomadas pelo governo estadual, a situação poderá ter uma melhora. “É necessário que o Governo do Estado faça num novo planejamento para que seja possível haver a sustentabilidade da agricultura do Ceará”, adverte. (com informações de Tarcísio Colares).