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domingo, 31 de março de 2013

POLÍTICO; PROFISSÃO PERIGO

Por .   Postado  domingo, março 31, 2013   Sem Comentários



Casos recentes de assassinatos e atentados contra figuras do cenário político - como a morte de um vereador em Pacatuba -, trazem à tona a discussão sobre a violência na política, uma "profissão" perigosa


Em janeiro deste ano, o vereador Valdomiro do Nascimento (PTB), de Pacatuba, na Região Metropolitana de Fortaleza, foi assassinado a tiros. Na sexta-feira, 22, a Polícia Civil prendeu quatro suspeitos de envolvimento no crime. 
Entre eles, Cleodon Costa (PSDC), acusado de ser o mandante. Cleodon era suplente de Valdomiro e herdou a vaga na Câmara Municipal com a morte do vereador.
 “Pelo que a gente sabe, foi por puro interesse no mandato”, diz o presidente da União dos Vereadores Cearenses (UVC), Deuzinho Filho (PMN). 
O caso, se confirmado, é mais um exemplo de uma triste e intrigante realidade que persiste em várias partes do Brasil: quando os interesses e rivalidades políticas descambam para a violência, não raro resultando em morte. 
Tal qual uma tela impressionista, são vários os pontos que compõem o problema. Heranças históricas, fragilidades do sistema político-partidário e impunidade são alguns deles.
 “Antigamente, a política aqui era feita na base da bala”, afirma o deputado estadual Ely Aguiar (PSDC). Apesar do “antigamente”, ele reconhece que essas práticas ainda ocorrem com frequência em várias áreas do País, inclusive no Ceará, onde, historicamente, o uso da violência é empregado nas disputas de poder.
Principalmente no interior dos estados nordestinos, permanecem algumas características que se assemelham à política de séculos atrás. 
Nessas áreas, a figura do antigo “coronel”, mesmo não possuindo poder coercitivo tão explícito quanto na época da República Velha, conserva traços marcantes que hoje parecem sedimentados na forma como se lida com a política. 
O jagunço do começo do século deu lugar ao pistoleiro de décadas atrás. Ele continua a existir, mas mudou, assim como a face urbana das cidades e hoje é o chamado assassino profissional.
 “O coronelismo é uma cultura que se formou na ausência do Estado e que continua existindo”, define Jackson Alves, professor do Departamento de Ciências Sociais da Universidade Federal do Ceará (UFC). 
Para ele, a relação entre essa cultura e os atuais casos de violência na política está sobretudo no fato de pessoas com influência local se acharem acima da própria democracia, “resolvendo” seus conflitos políticos da forma como julgam conveniente.

Junte-se a isso a fragilidade dos partidos políticos enquanto organização nas áreas mais longínquas. As siglas não adotam critérios rígidos na hora de escolher seus candidatos. 
A percepção geral é de que quem pratica esse tipo de ato já é criminoso antes de entrar na política. A impunidade que se verifica na maioria dos casos ajuda a formar o panorama da questão.
Pensar que essa realidade é exclusividade das áreas interioranas do Norte e Nordeste é engano. Em outras partes do País, como São Paulo e Rio de Janeiro, casos como o de Pacatuba também são frequentes, com peculiaridades no cenário político de cada área. Em todos, porém, fica sempre evidente a disputa sanguinária por poder.
Vários fatores ajudam a explicar a realidade de crimes contra figuras da cena política, que historicamente ocorreram no Ceará, assim como em outras partes do País. Heranças históricas, fragilidade do sistema 
político e impunidade estão entre as causas.  
Já no século XIX, um crime abalou a então província do Ceará. 
O vice-presidente da província, major Facundo, foi assassinado a tiros de bacamarte, em 1941, em frente à sua residência. Segundo relatos da época, ele chegou a ser avisado de que estava marcado para morrer, mas fez pouco caso do alerta.

O crime foi supostamente resultado das divergências políticas entre o major e o grupo político do então presidente da província, José Joaquim Coelho. Hoje, o major dá nome a uma rua no Centro da Capital.
O POVO

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