A Igreja Católica Romana inicia hoje o ritual da eleição do sucessor de Bento XVI quando, após a missa Pro Eligendo Romano Pontífice, os cardeais trancar-se-ão na Capela Sistina para a votação.
De hoje em diante, todos os olhos estarão voltados para a chaminé acima da capela à espera da fumaça branca anunciadora da eleição de um novo papa.
Em tempos mais remotos, o bispo de Roma e Patriarca do Ocidente (ou da Igreja Roma) era eleito por um sínodo local. É o que continua a acontecer nas Igrejas do Oriente – nas católicas e nas ortodoxas.
A figura do sínodo para escolha do patriarca deixou de existir no Ocidente, junto com o desaparecimento da instituição patriarcado. Patriarca é o chefe de uma Igreja autônoma, que governa em conjunto com seus bispos.
Como o bispo de Roma se tornou um monarca absoluto, desapareceu essa forma democrática de governo eclesial. Foram colocados em seu lugar – para a eleição do pontífice – os cardeais, auxiliares diretos do Bispo de Roma, que, em sua origem, eram encarregados de gerir as paróquias da cidade.
Com a expansão da Igreja Romana a outros países, o título de cardeal passou a ser dado a residentes desses países, mas cada um ainda está ligado nominalmente a uma paróquia de Roma (teoricamente podem ser também leigos que se destacam no serviço da Igreja Romana).
Espera-se que o novo papa seja um homem aberto à reforma da Igreja, se possível fazendo-a retornar à forma original, mais democrática, atribuindo papel deliberativo ao Sínodo dos Bispos (recuperado pelo Concílio Vaticano II, mas que é apenas consultivo), que passaria a eleger o papa, em lugar dos cardeais, bem como a volta da Igreja Romana à forma patriarcal, sem prejuízo para o papel do papa como porta-voz da Igreja universal, mas também colegiado com os demais patriarcas que estão hoje afastados de Roma por considerarem estranha à tradição eclesial, a forma atual de organização da Igreja Romana.
Especialistas acham que a experiência pastoral das igrejas patriarcais do Oriente (inclusive da Rússia) seria uma contribuição grande aos problemas pastorais enfrentados pela Igreja Romana, tanto interna como externamente (no seu diálogo com a modernidade e a ciência), principalmente no desmonte do seu eurocentrismo. Só resta torcer.o povo
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