FORÇAS DE SEGURANÇA OCUPAM O COMPLEXO DO CAJU E A BARREIRA DO VASCO EM SÃO CRISTÓVÃO-RJ

                 

As forças de segurança estão no Complexo do Caju - formado por 13 comunidades, e na Barreira do Vasco, em São Cristóvão, onde deram início à ocupação da região. A ação teve início às 5h deste domingo. Vinte e cinco minutos depois, os policiais já estavam no interior das favelas, e ainda não enfrentaram resistência por parte de traficantes.

 O clima nas comunidades é de aparente tranquilidade. Todos os acessos das favelas já estão tomados pelos 17 veículos blindados da Marinha. Três deles, estão na Barreira do Vasco, e os outros no entorno do Complexo do Caju. 

Duzentos fuzileiros navais, 1.400 policiais do Batalhão de Operações Especiais (Bope), do Batalhão de Choque (BPChoq), cerca de 250 policiais civis, além de 150 agentes rodoviários federais, atuam na ocupação do complexo de favelas, que receberá a 31ª Unidade de Polícia Pacificadora (UPP). Uma média de 14 homens ocupa cada carro blindado.

Desde a ocupação do Complexo do Alemão, em 2010, a Marinha dá suporte às policiais Militar e Civil na ocupação das favelas. A estratégia inicial foi cercar as favelas do Caju com os policiais do Batalhão de Choque, enquanto o Bope, com a ajuda de cães farejadores, buscam criminosos. No ar, helicópteros sobrevoam pontos estratégicos e, pelo Canal do Cunha, lanchas do Grupamento Aeromarítimo monitoram as margens ao longo das comunidades. 

A outra etapa, que deverá durar dois meses, será entrar aos poucos no Complexo da Maré, composto por 16 comunidades.

Devido à ação neste domingo, a Linha Vermelha está fechada desde as 5h, entre São Cristóvão e Ilha do Governador, incluindo as vias de acesso a este trecho. 

O objetivo é dar segurança aos motoristas durante a ação. Além de evitar que veículos fiquem no meio do fogo cruzado, caso haja confrontos. O fechamento da Linha Vermelha é fundamental para as manobras dos carros blindados do Bope e dos fuzileiros navais. 

A ocupação das favelas do Caju e da Barreira faz parte da estratégia de pacificação do Complexo da Maré, que será alvo de operação numa próxima etapa, ainda este ano. Cortada por duas das principais vias expressas da cidade — Avenida Brasil e Linha Vermelha —, a região é passagem obrigatória para o Aeroporto Internacional Tom Jobim rumo ao Centro e à Zona Sul.

Com a Linha Vermelha fechada, a alternativa para os motoristas é pegar a Avenida Brasil, que não está sendo afetada pela operação. Enquanto as demais pistas estão livres, a lateral no sentido Zona Oeste está parcialmente fechada, para facilitar a movimentação dos policiais. Na altura da Ilha do Governador, o desvio do tráfego é realizado pela Avenida Brigadeiro Trompowisk, seguindo pela Avenida Brasil em ambos os sentidos. 

Na altura da Linha Amarela, o desvio é pela Avenida Bento Ribeiro Dantas, acessando a Linha Amarela e Avenida Brasil em ambos os sentidos. Já para quem segue no sentido Baixada, os acessos à Linha Vermelha pelo Elevado Paulo de Frontin e pelo Elevado Professor Rufino Pizarro estão fechados. O desvio de tráfego é feito para as alças de acesso do Viaduto dos Fuzileiros e da Avenida Francisco Bicalho.

O projeto de pacificação, que começou em 2008, prevê levar segurança às áreas turísticas e aos trajetos que serão feitos por atletas e integrantes do Comitê Olímpico. Nesse planejamento, a Zona Sul, onde fica a maioria dos hotéis, já foi pacificada. 

As favelas da região do Maracanã, onde serão as festas de abertura e encerramento dos Jogos, também já ganharam Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs). Diante da lógica do cinturão olímpico, os próximos passos devem ser rumo à região de Deodoro, onde também serão realizadas competições.O GLOBO