As visitas recentes de Edinho Silva e Alexandre Padilha ao Ceará, ambos integrantes do núcleo duro do presidente Lula,
deram sinais claros de que o estado está sob os holofotes do Partido dos Trabalhadores em âmbito nacional.O tom foi de exaltação à estrutura partidária local e à popularidade de Camilo Santana, mas também expôs os desafios do PT cearense, que terá de equilibrar força institucional com unidade interna para enfrentar as disputas de 2026.
Na leitura dos dirigentes nacionais, o Ceará é hoje um “caso de sucesso” do PT. A sigla comanda o Estado, a Capital e mais de 40 prefeituras, numa engrenagem que simboliza o auge da construção partidária nos últimos 20 anos. Camilo Santana foi citado como a liderança petista mais bem avaliada do país, um trunfo que o credencia para “qualquer missão” de amplitude nacional, como declarou Edinho Silva.
Pré-candidatura de Guimarães impõe desafio
Essa força, no entanto, também traz complexidades. A possível candidatura de José Guimarães ao Senado, ventilada por Edinho e idealizada por ele próprio, ainda divide o partido e os aliados, que formam uma ampla coligação no Ceará.
Embora Guimarães reúna credenciais como líder do governo Lula na Câmara e aliado de primeira hora, sua pretensão esbarra em outras ambições e na contemplação de aliados como Cid Gomes (PSB), Eunício Oliveira (MDB) e Chiquinho Feitosa (Republicanos), além do atual chefe da Casa Civil, Chagas Vieira, muito próximo de Camilo.
Reestruturação interna mostra peso de Camilo e Elmano
Além disso, o partido atravessa uma reorganização interna significativa. O Campo Popular, aliado a Elmano e Camilo, ganhou tração e passou a dividir protagonismo com o grupo de Guimarães, que até então detinha hegemonia no estado.
A costura de um acordo para manter a paz interna no PED (Processo de Eleições Diretas) garantiu equilíbrio entre as correntes, mas o chamado Campo de Esquerda, liderado pela deputada federal Luizianne Lins, tem feito críticas à condução do processo.
Os embates entre as correntes são considerados naturais no Partido. Entretanto, em anos eleitorais, fissuras podem gerar problemas.
Desafio real: reeleição de Elmano
O governador Elmano de Freitas, embora fortalecido com a vitória de aliados internos, enfrenta um ano decisivo. Sua reeleição em 2026 exigirá não apenas unidade no PT, mas também costuras amplas na base aliada, que precisa ser mantida coesa frente às movimentações de Guimarães e outras forças políticas locais.
Os movimentos nacionais também interferem nisso. Sempre que questionado sobre eleições, o governador tem ponderado que as tratativas sobre o assunto devem ser feitas em 2026. O recado embute as incertezas sobre o cenário que Lula vai enfrentar e os impactos dele aqui.
A síntese das movimentações deixa claro: o PT cearense é visto nacionalmente como bem executado, mas 2026 exigirá habilidade política. O tipo de influência do Estado que será levada ao cenário nacional vai depender dessas costuras. OPINIÃO/DN
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