Há quem escolha o confronto como método. Outros preferem o silêncio como resposta.
Desde que se distanciaram politicamente, em 2022, os irmãos Ciro e Cid Gomes encenam, no tabuleiro cearense, um embate que vai além das divergências partidárias: é um conflito familiar, de versões e de futuro.
Ciro tem falado sem freios. Ainda no calor do rompimento, em 2022, acusou o irmão de traição, comparou a ruptura a uma “facada nas costas” e, mais recentemente, responsabilizou Cid pela “tragédia administrativa” que, segundo ele, se instalou no Ceará. A cada declaração, a temperatura sobe. Mas a resposta de Cid, até aqui, tem sido outra — aliás, nenhuma.
Como quem pesa as palavras e os silêncios, o senador tem se mantido num discurso oposto ao do irmão. Fala em respeito, cita a história dos pais e evita o confronto direto. Diante de especulações recentes, reforçou ter “profundo respeito” pelo irmão mais velho. Cid se distancia, com calma calculada, do estilo incendiário de Ciro — o qual sempre relativizou nos tempos de parceria entre os dois.
A escolha do senador não parece sinal de passividade, mas de estratégia. Em tempos de radicalização e ruídos, optar por “dar a outra face”, conforme o ensinamento bíblico, é, também, uma busca por inteligência política.
Nos bastidores, as falas de Ciro são interpretadas como sinal de que uma reaproximação entre os dois não acontecerá. Já a postura de Cid induz a pensar que ele não deverá confrontar politicamente o irmão, caso Ciro saia candidato no ano que vem.OPINIÃO/DN
ACOMPANHE NOSSAS REDES SOCIAIS-
0 comentários:
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.