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sábado, 7 de maio de 2022

EDITORIAL: VAI TER GOLPE

Por ipuemfoco   Postado  sábado, maio 07, 2022   Sem Comentários


Se depender de Jair Messias Bolsonaro, o golpe vai acontecer em qualquer hipótese. Já está desenhado.


Nos dois cenários – ganhando ou perdendo nas urnas. A ideia, seja qual for a variante, é a da perpetuação no poder, custe o que custar. 


O “mito” sonha com isso. E as instituições precisam estar alertas. Bolsonaro não se contém. Caso a corrida eleitoral não lhe seja favorável, ele buscará anular o processo alegando fraude e tentando usar os instrumentos de Estado para impugnar o resultado. Na alternativa que lhe leve à vitória, ato contínuo a posse para um segundo mandato já maquina uma gestão totalitária – com novos e mais virulentos ataques ao STF e ao Congresso – que consagre sua figura como a de um soberano. 


Conta com vantagens: poder indicar dois novos ministros para a Suprema Corte feito armas para arregimentar o controle absoluto. O modelo de atuação no episódio do deputado Daniel Silveira foi apenas um ensaio, a antessala do movimento de desmoralização do STF. Bolsonaro não quer sombras as suas ordens. 


Ataca a democracia, a Justiça Eleitoral e ameaça com intervenção militar para coagir, intimidar aqueles que se colocam no seu caminho. Déspota em estado bruto com ambições golpistas inegáveis. Ele mesmo aponta a intenção. Todos os dias e de diversas maneiras. É difícil para um País quando autoridades tentam normalizar aberrações legais. 


Não se pode brincar com a nossa ainda frágil democracia, rotineiramente testada após os terríveis anos de chumbo. Bolsonaro almeja claramente a volta da ditadura do coturno, sob seu comando. É o que está despontando no horizonte e todo brasileiro precisa perceber, antes que seja tarde e se veja submetido a mais espoliadora cassação de liberdades individuais que uma pessoa pode enfrentar. 


Não tente descobrir a que ponto de loucura chegam personagens dessa estirpe. A escalada de discursos radicais do mandatário demonstra de maneira inequívoca suas intenções. Falar em fechamento do Supremo, golpe militar e desrespeito às decisões judiciais virou um fato corriqueiro, a ponto de líderes parlamentares e magistrados terem de se dedicar, sistematicamente, a negar o que vem sendo construído. 


Uma monumental perda de tempo que condena a Nação inteira à deriva. Não surpreende que as barbáries bolsonaristas sejam reeditadas com veemência em períodos de campanha como o atual, mas pregar a luta armada é um discurso que acompanha o inquilino do Planalto desde tempos imemoriáveis e agora ele possui as ferramentas para tal. 


Há uma perda completa de critérios, de parâmetros e mesmo de vergonha daquele que deveria ser o primeiro a zelar pela Constituição. Uma perversão de valores foi despejada sobre os brasileiros. Reconhecer o óbvio, que anomalias graves estão sendo plantadas por aqui, é o primeiro passo para combatê-las.


Dias atrás Bolsonaro defendeu com absoluta naturalidade a distribuição de verbas federais do tal orçamento secreto, algo que fere de maneira gritante os princípios fiscais, mas que ninguém faz nada para deter. Até porque os beneficiados são justamente aqueles com poder para reagir contra. Em parceria com Arthur Lira, presidente da Câmara, o Messias consegue abafar mais de uma centena de pedidos de impeachment contra ele. 


O mal-estar amplo e difuso que acomete a população, castigada pelo desemprego, fome e carestia, cria o ambiente perfeito para caudilhos. Bolsonaro, na rasura intelectual e pendores psicopáticos que o acompanham, alimenta o que há de mais primitivo e tosco em certos setores da sociedade, flertando com o impensável. Há uma dose descontrolada de cinismo agressivo em suas bandeiras. 


Nada do que diz é verdade, mas convence alguns seguidores fanáticos a fazerem barulho pelas causas obscurantistas. Bolsonaro defende, com intenções nada republicanas, a apuração paralela dos votos por um plantel de militares, mas resiste e recusa qualquer participação de observadores internacionais sobre o processo. Que tipo de transparência é essa? Na verdade, ele nunca esteve preocupado com isso. A natureza dos seus objetivos reside na manipulação de dados a seu favor. 


A ficha precisa cair. O presidente em plena chefia da máquina conspira para piorar o ambiente com medidas onipotentes a granel. Não há como ser conivente com o “jeitinho” arrivista do capitão. Reações tímidas e condescendentes legarão um preço caro. A cabeça de um golpista pensa de maneira diferente, diabólica e pega a todos de surpresa porque, normalmente, suas estultices são desprezadas, tratadas com galhofa ou desdém. 


Não há como combater essa ameaça com tapinhas nas costas ou cafezinho. A época do deixa disso já ficou para trás, foi superada e um novo estágio de risco foi escalado. Não é mera cortina de fumaça os confrontos diuturnos com o Supremo. Ele quer peitar a Justiça, amarrotar a Lei, fazer picadinho da ordem democrática constituída. Quem duvidar, verá. 

FONTE: CARLOS JOSÉ MARQUES

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