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sábado, 19 de março de 2022

ELEIÇÕES 2022: A VELHA GUARDAR QUER VOLTAR

Por ipuemfoco   Postado  sábado, março 19, 2022   Sem Comentários

 


Um grupo de políticos acostumados com a proximidade dos mais altos escalões do poder pretende disputar as eleições de 2022. Eles já poderiam estar aposentados com mais de 65 anos, mas mantêm o apego pelos cargos.

Há uma movimentação interessante nos bastidores da política. Medalhões que pareciam estar condenados ao ostracismo planejam a volta por cima. E um recorte ainda mais específico é a idade. Todos com mais de 65 anos, ou seja, poderiam facilmente se render aos encantos da aposentadoria, mas pretendem ir às ruas para reconquistar a simpatia dos eleitores. 

O fascínio pelo poder fala mais alto. O fato é que alguns nomes estavam adormecidos, mas outros se mantêm ativos mesmo sem terem cargos públicos. A voz de quem tem muita bagagem ainda é um capital público valorizado.

Filha do ex-presidente Sarney, Roseana (MDB) sonhou alto e quase disputou a Presidência em 2002. Desistiu depois de um escândalo que envolvia seu marido, Jorge Murad. Aos 68 anos, ela pretende voltar pela porta da Câmara, embora lidere as pesquisas para o governo do Maranhão, cargo para o qual foi derrotada em 2018. A dinastia Sarney tem tudo para continuar no poder.

Ainda réu pela acusação de ter recebido propina na Refinaria de Pasadena (EUA), Delcídio do Amaral (PTB) também quer voltar como deputado federal. O ex-senador foi preso e perdeu o mandato em 2016. Tentou voltar em 2018, mas perdeu o pleito para senador por Mato Grosso do Sul. Convertido ao bolsonarismo, Delcídio, que tem 67 anos, se apoia no pragmatismo e já passou por PSDB, PT e PTC.

Outro que pretende dar um passo atrás para poder retornar à vida pública é Eunício de Oliveira (MDB). Após perder a disputa ao Senado pelo Ceará em 2018, o alvo agora é o cargo de deputado federal. Com 69 anos, Eunício é um articulador astuto em um estado que tem forte influência da centro-esquerda, como o PT e o PDT, grupos por onde o emedebista transita com facilidade.

No Rio Grande do Norte, o ex-governador Garibaldi Alves (MDB) lidera as pesquisas para o Senado, Casa onde já atuou, mas está envolvido em negociações que privilegiam o governo do Estado. Ele perdeu a tentativa de reeleição em 2018 e com apenas uma vaga a candidatura é muito arriscada. Aos 75 anos, ele prefere concorrer para deputado federal e abrir caminho para o seu filho, deputado Walter Alves, que será candidato a vice-governador.

Ambicioso, Romero Jucá (MDB), está acostumado com a proximidade do mais alto escalão do poder no Planalto. Foi líder do governo de FHC, Lula e Dilma, além de ministro do Planejamento de Michel Temer. Depois de três mandatos consecutivos no Senado, ele perdeu em 2018 e mantém o sonho de voltar à Casa Legislativa. Aos 67 anos, Jucá terá dificuldade de recuperar o prestígio em Roraima.

Ávido pelo poder e aos 81 anos, Roberto Requião (PT) quer um quarto mandato de governador no Paraná. Ele foi um político símbolo do MDB no estado, mas tem a missão de prover um palanque a Lula. O favorito no estado é o atual governador, Ratinho Júnior, que está alinhado ao presidente Bolsonaro. 

Por sua vez, Amazonino Mendes tem uma predileção pelo executivo: foi três vezes prefeito de Manaus e outras três governador do Amazonas. Talvez, por isso, ele não pretenda disputar outro cargo. Questionado se iria continuar na política, inclusive por conta do alto dos seus 80 anos, Amazonino disse que: “só quem pode me aposentar é Deus”. Ele perdeu a disputa para o atual governador, Wilson Lima, em 2018, mas hoje lidera as pesquisas.

A nova política não deu conta do recado e as figurinhas repetidas articulam o retorno para o poder no País

Ainda pretendem voltar nomes como os presidentes de siglas Valdemar Costa Neto (PL) e José Maria Eymael (PSDC). Costa Neto, com 72 anos, abriga o presidente Bolsonaro e teria um retorno reabilitador, provavelmente como deputado por São Paulo, depois de ter sido preso. José Maria Eymael tem uma tarefa mais árdua e será candidato à Presidência. Ele está com 82 anos e contesta as pesquisas porque seu nome não aparece.

Há um vácuo histórico e uma promessa que não foi cumprida no último período. A nova política e a juventude, infelizmente, não deram conta do recado. Episódios como os protagonizados por integrantes do MBL com a defesa de partido nazista e misoginia na Ucrânia, e até mesmo o confronto entre duas vereadoras do Partido Novo na Câmara de São Paulo, mostrou a fragilidade da inexperiência. 

A cientista política, Juliana Fratini, analisa que essas figuras experientes pertencem a clãs históricos ou lideranças responsáveis por formar tradições. “Possuem conhecimento institucional e sabem como garantir as verbas para as próprias campanhas, que hoje conta com o valor mais alto de todos os tempos: R$ 4,9 bilhões”. Juliana lembra que eles podem retomar o espaço dos outsiders, mas precisam “calibrar a narrativa para públicos mais amplos”, especialmente por conta das novas mídias.

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