Durante retorno à Roma depois de visitar países da África, o papa Francisco concedeu entrevista a jornalistas e falou de temas como cisma na Igreja Católica, ONU, Amazônia e
sobre quem o chama de comunista.
As declarações são desta terça-feira (10). Francisco disse que sempre há risco de “cisma” na Igreja Católica, pois é uma das opções que o Senhor deixa à liberdade humana. Ele afirmou não ter medo de cismas:
“Sempre existe a opção cismática na Igreja, sempre, é uma das opções que o Senhor deixa à liberdade humana. Eu não tenho medo de cismas, rezo para que não existam, porque está em jogo a saúde espiritual de tantas pessoas. Que exista o diálogo, que exista a correção se houver algum erro, mas o caminho do cisma não é cristão”.
O pontífice ressaltou que as críticas ao seu pontificado não se limitam apenas aos católicos norte-americanos, mas que estão em toda parte, até mesmo na Cúria Romana:
“Eles dizem: o Papa é comunista… Entram as ideologias na doutrina e quando a doutrina escorrega nas ideologias, ali há a possibilidade de um cisma. Há a ideologia da primazia de uma moral ascética sobre a moral do povo de Deus”, observou.
A conversa no avião durou cerca de uma hora e meia. O papa aproveitou para falar sobre desflorestamento e biodiversidade, fazendo apelo para a proteção das florestas e dos oceanos. “É preciso defender a ecologia, a biodiversidade, que é a nossa vida, defender o oxigênio, que é a nossa vida”, disse.
Sobre a Amazônia, ele questionou: “Os governantes estão fazendo de tudo pela Amazônia? Alguns mais, alguns menos”.
O chefe da Igreja Católica acaba de retornar de Moçambique, Madagáscar e Maurícia e disse que ficou impressionado com a convivência entre as várias religiões na República da Maurícia, sustentando que “é a fraternidade humana que está na base e respeita todas as crenças”.
Francisco convidou os Estados Unidos e Reino Unido a respeitarem a decisão da ONU sobre a soberania maurícia do arquipélago de Chagos, que incluem a base norte-americana de Diego Garcia.
“Devemos respeitar a identidade dos povos, esta é uma premissa a ser defendida sempre. Deve ser respeitada a identidade dos povos e assim expulsamos todas as colonizações”.
O Papa regressa nesta quarta-feira (11) às atividades no Vaticano, com a audiência pública semanal na Praça de São Pedro. As informações são da Agência Ecclesiae.
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