Pages

sábado, 29 de junho de 2019

MESSIAS PREGA NO DESERTO DE IDEIAS

Por ipuemfoco   Postado  sábado, junho 29, 2019   Sem Comentários


Ok, vamos partir para as novas fixações, outros planos prioritários, de nosso capitão-reformado eleito Jair Messias
Bolsonaro, também atendendo pela alcunha de “Mito” entre grupos de idólatras que cultuam a sua infinita genialidade, digamos assim. 

Esqueçamos por um momento que ele tenta premiar os maus hábitos de motoristas infratores, estendendo a pontuação das penalidades, busca lançar crianças ao risco de acidentes automobilísticos com o fim da exigência das cadeirinhas, eliminar o horário de verão, rever o sistema da tomada de três pinos, armar a população para uma ameaça de golpe, comprar drones que custam R$ 150 milhões/cada para vigiar o espaço aéreo e outras quinquilharias ideológicas de quem parece estar sempre maquinando a próxima traquinagem como deleite aos seguidores. 

O que vai mudar de vez o País agora, pauta para um Brasil melhor, na sua concepção, é a transferência do Prêmio de Fórmula Um para o Rio de Janeiro. Interesse estratégico nacional, prega o Messias. Com um detalhe: a Cidade Maravilhosa terá de construir um autódromo inteiramente novo, do zero, após ter destruído por completo o último (em Jacarepaguá), por falta de uso. 

Até já escolheu endereço — muito adequado, diga-se de passagem. Será em Deodoro, na periferia da capital. Para quem não está familiarizado com a localidade, o terreno fica plantado no meio do mato, cercado por favelas, sem saneamento básico, sem vias de acesso, sem energia. A exigir, portanto, das autoridades simpatizantes da proposta um investimento brutal em infraestrutura e no sistema de suporte ao pretendido evento. 

O Rio de Janeiro que já é célebre por erguer elefantes brancos poderá ter mais um com o beneplácito, apoio e incentivo de Messias. Será mesmo um novo monumento ao desperdício. Não foram suficientes os exemplos das estruturas caindo aos pedaços e apartamentos encalhados da Vila Olímpica, muito menos o símbolo da corrupção trazido pela bilionária reforma do Maracanã ou o estado de ruínas das arenas e parque aquático, construídos para os jogos. 

É preciso mais, muito mais investimentos em cacarecos para saciar os sonhos birutas de governantes. Por que investir em hospitais e escolas se o Rio já está irremediavelmente falido nessas áreas? São necessários cartões-postais, as chamadas obras faraônicas, enquanto o povo pena por emprego e qualidade de vida. 

Na prática, o presidente Bolsonaro confunde vontades pessoais com planos estratégicos. Transforma convicções em políticas de Estado. Arrasta multidões de fanáticos ao cadafalso da disruptura social. É de um primitivismo bárbaro andar produzindo agendas secundárias e fora de contexto. Nessa usina de desvarios parece se pretender um regresso equivocado aos tempos de campanha, quando promessas, mesmo irrealizáveis, entravam em evidência à cata do voto dos incautos. 

Em plena gestão de governo, atos e propostas continuam midiáticos. Bolsonaro, mesmo desajeitado, “paga dez” flexões, arrisca dueto de cantoria em italiano com a mãe, anda de jet-ski (antecessores fizeram o mesmo em busca de cliques), visita freiras e fala em reeleição como se estivesse nos derradeiros dias de mandato, prestes a necessitar do apoio popular em novo escrutínio. 

Tática prematura, sem dúvida, para quem mal entrou em campo na batalha de reconstrução do País. Ele sequer resolveu — e nessa toada vai demorar a resolver — problemas estruturais graves como o desemprego e a queda do PIB econômico. Messias barbariza o espetáculo quando arma a sua tenda de decretos para governar, tal qual um soberano, e depois é obrigado a voltar atrás por ter atravessado a sinfonia de leis da Constituição. 

Fica então a se queixar que estão querendo transformá-lo em “rainha da Inglaterra”, repetindo o papel figurativo e simbólico da monarca inglesa. O mandatário escolhe, ele mesmo, esse caminho e se isola. Parece pregar no deserto de ideias pelo simples impulso de mandar, maior que o de governar. 

Deveria se movimentar na qualidade de presidente de todos os brasileiros, ouvindo e atendendo aos mais de 200 milhões de habitantes dessa terra de dimensões continentais, e não restringindo a pauta aos anseios da patota das redes, minoria que lhe diz amém.CARLOS JOSÉ MARQUES

Sobre o autor

Adicione aqui uma descrição do dono do blog ou do postador do blog ok

0 comentários:

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...
.
Voltar ao topo ↑
RECEBA NOSSAS ATUALIZAÇÕES

© 2013 IpuemFoco - Rádialista Rogério Palhano - Desenvolvido Por - LuizHeenriquee