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terça-feira, 17 de julho de 2018

GENERAL THEOPHILO; " NÃO ACEITO CONCHAVOS"

Por ipuemfoco   Postado  terça-feira, julho 17, 2018   Sem Comentários


Em entrevista exclusiva para o jornal O Estado, o pré-candidato ao Governo do Estado do Ceará pelo PSDB, General Theophilo, falou sobre apoios políticos, planos para um eventual governo e sua atuação na carreira militar.

Segundo ele, grande parte dos problemas do Estado poderão ser resolvidos por meio de uma gestão técnica, e baseada em meritocracia e resultados, rejeitando conchavos e indicações políticas.

Tendo atuado como general de quatro estrelas no Exército Brasileiro, ele é apoiado pelo senador Tasso Jereissati (PSDB) e tem surgido como a aposta dos tucanos para derrotar Camilo Santana (PT), que tenta a reeleição.

[O ESTADO] Como o senhor tem se apresentado à população para se aproximar dos eleitores?

[GENERAL THEOPHILO] Temos um slogan que está sendo muito repetido, que é “Bota moral, General”. Acho que meu nome está ligado a um posto no Exército que dá uma certa autoridade e acho que é disso que o estado do Ceará está precisando. A apresentação tem sido muito ligada ao fato de que tenho 45 anos de Exército Brasileiro e as pessoas fazem essa ligação natural com moralidade, ética e transparência.

[OE] Como as pessoas têm recebido sua conexão com o senador Tasso Jereissati?

[GT] Tem sido essencial a presença do Tasso, é um homem carismático, um líder. Uma pessoa que já governou o Estado por três vezes, acompanhei as três vezes e, em algumas delas, estava servindo em Fortaleza, comandando unidade. E o nome dele junto ao meu acrescenta muito, é fundamental, foi ele quem me convidou para participar e foi esse convite que me fez aceitar, pelo fato de ser o Tasso e pelo fato de ele não estar com nada de Lava Jato. E com meu passado, meu currículo, acho que é o momento de a gente repetir o Tasso de 1986, o Tasso da renovação. As pessoas dizem ‘Ah, o senhor é um novo Tasso’, se eu conseguir ser o velho Tasso, eu já estou satisfeito.

[OE] Sobre sua candidatura, muitos se preocupam com a questão da falta de experiência em um cargo do executivo. O que diz sobre isso?

[GT] Essa pergunta é muito boa e ela revela o desconhecimento que a sociedade tem sobre a atuação de um general de quatro estrelas do Exército Brasileiro. Eu fui um dos quatro que cheguei a esse último posto e, para você chegar lá, tem que ser muito político. Porque hoje, como dizem, o Exército é o Posto Ipiranga, qualquer coisa vai para o Exército Brasileiro. Segurança? Chama o Exército. Educação não está boa? Saúde não está boa? Chama o Exército. Então, quantas campanhas de vacinação não já participei, de quantos hospitais que atendem ao SUS não já fui diretor-geral… Porque quando atuei na Amazônia, na verdade, eu fui governador de quatro estados: Amazonas, Acre, Roraima e Rondônia. E lá, os atendimentos dos hospitais são para índios, pessoas que não têm a mínima noção de saúde e de prevenção, então é muito mais difícil fazer saúde na Amazônia. Na educação, temos o Colégio Militar de Manaus, que faz um ensino à distância conceituado no mundo inteiro. Fui diretor de educação técnica militar do Exército por três anos. O nível médio do Exército Brasileiro não preciso falar que é o melhor ensino do Brasil, se você ver os índices do Colégio Militar, da Polícia, dos Bombeiros. Recentemente, fiz uma declaração que até interpretaram mal, dizendo que eu ia militarizar o ensino. Eu disse: quero dar um padrão de ensino militar ao nosso ensino estadual. É diferente. Acho que tenho experiência muito maior do que esses políticos e, a meu favor, não tenho rabo preso com ninguém.

[OE] Esses equipamentos militares também são mantidos por verba pública. O que faz com que eles consigam ser bem administrados e outros, como um hospital do Município ou do Estado, não?

[GT] Gestão. Primeiro, não pode ter indicações políticas. Não é um cargo comissionado, é um cargo para quem tem um passado dedicado àquela atividade, então, para ser gestor de hospital público tem que ser alguém que foi médico ou subiu na carreira vendo aquele problema e que tem curso na área de gestão. Temos que melhorar a atenção da gestão primária, Policlínicas, UPAs têm que ter gestão melhor, infraestrutura, saneamento… Tenho entrado em hospitais que são uma vergonha, estão com esgoto aberto lá dentro. No Hospital César Cals, estavam trabalhando de máscara porque tinha um esgoto estourado há um mês, com criança superlotando as UTIs. Onde tinha que ter 10, tinha 20. Messejana, Albert Sabin, mesma coisa. Nem na guerra eu vi isso. Trabalhei seis meses com mutilados de guerra na Nicarágua, em hospital administrado pela ONU, atendendo crianças que pisavam em minas, perdiam os braços, pernas. Eram barracas melhor administradas, com mais limpeza e mais higiene do que eu vi nos nossos hospitais.

[OE] Qual área tem lhe chamado mais atenção nessas caminhadas que tem feito pelo Ceará? Onde uma nova atuação é mais urgente?

[GT] Eu até pensei que a segurança estivesse como carro-chefe e realmente está um caos, não temos segurança. Mas, quando eu vi a saúde, quando eu vi o povo agora no interior clamando por emprego, o número de indústrias que estão sendo fechadas, o comércio, as lojas que estão sendo fechadas… Muitas delas até pela violência. Fomos em Icó, e você vê que o bandido liga, pede um depósito e, se o comerciante não depositar, vai lá e metralha. E, então, a gente vê sendo criados pelotões do Raio, mas que não têm qualidade. Eu preparei o Bope do Rio de Janeiro, trabalhei treinando aquele pessoal, eu conheço isso. Não pode pegar uma arma e jogar no soldado que tem dois meses e mandar combater o crime organizado. Está acontecendo isso no Ceará e é uma gastança do dinheiro público. Então, saúde, segurança e emprego são os três principais, hoje em dia.

[OE] O que o senhor tem pensado para melhorar essas áreas?

[GT] Nós já estamos trabalhando em nosso projeto de governo. O senador tem disponibilizado vários ex-secretários dele com a experiência que têm, Pedro Sisnando, Hypérides Macedo, Raimundo Viana, o deputado Carlos Matos, Marcos Holanda, que é ex-presidente do Banco do Nordeste… Diariamente, trabalhamos montando projetos. Escolhemos dez eixos e estamos trabalhando em cima desses eixos, organizando. E eu disse para o senador que a única exigência que eu faço é: não aceito conchavo político. Se nós formos eleitos, não aceito indicação de “Fulano não foi eleito deputado, dá uma secretaria para ele”, isso não existe na nossa coligação. O que existe é meritocracia, gestão e resultados. Fui comandante logístico do Exército nos últimos dois anos, fazia todas as compras do Exército, do sapato ao foguete de última geração, com fornecedores os mais diversificados. Tenho grande experiência nisso e tenho certeza que uma equipe com mérito consegue acertar o nosso Estado.

[OE] Em um governo seu, se um secretário cometesse algum tipo de irregularidade ou estivesse envolvido em denúncias, qual seria sua postura diante disso?

[GT] Abrir um processo administrativo contra ele e esperar a Justiça julgar e decidir o resultado, o que fosse conveniente para a Justiça. Mas, sem sombra de dúvidas, abrir processo administrativo na mesma hora.

[OE] Sobre eleições presidenciais: seu partido tem Geraldo Alckmin como candidato, mas muita gente o associa a Jair Bolsonaro, por ele ser ex-militar. Tem recebido esse tipo de manifestação dos eleitores?

[GT] Tenho ouvido algo nesse sentido. É meu amigo particular o deputado Jair Bolsonaro, era da minha turma de formação, somos companheiros muito antigos, da década de 1970, fizemos Academia juntos. Mas ele não completou dez anos no exército e saiu – todos sabem o motivo – e foi ser deputado. Meu candidato chama-se Geraldo Alckmin. Sou do PSDB, o PSDB me convidou e acho que tenho que ter fidelidade partidária, que mostra que sou digno. Eu jamais vou sujar meu nome, estar em um partido e apoiar pessoa de outro partido, acho que isso é incoerência.

[OE] Para fechar, qual sua expectativa para esses próximos meses até o momento da eleição?

[GT] Eu estou muito esperançoso pela reação que tenho visto na população, pelas mídias sociais, principalmente. Tenho recebido apoio muito grande, até na população de baixa renda, tenho procurado ir aos bairros afastados e as pessoas estão ansiando mudança. Dinheiro sendo gasto em obras faraônicas, temos visto inaugurações muito rápidas, sem ter trabalho e estudo de viabilidade técnica. É um gasto enorme do dinheiro público e acho que a população, pelo que tenho percebido, quer mudança, seriedade e transparência.

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