Raul Fritz, meteorologista da Funceme, aponta que a situação é favorável para a continuidade de boas chuvas, que começaram entre os dias 29 e 30 de abril. “Essas duas primeiras semanas têm uma tendência boa à continuidade de chuvas. A predominância de precipitações será nas regiões Centro-Norte e Litoral, sem descartar o Sul do Estado”.

Com uma média de 90.6 mm, baixa em relação a outros meses da quadra chuvosa, as precipitações do quinto mês do ano estão surpreendendo. Nos anos anteriores, o mês não atingiu bons indicativos. Em 2017 ficou 23% inferior à sua média e, em 2016, 47,7% .

Entre as 7 horas do dia 1º e o mesmo horário de ontem, choveu em 123 municípios cearenses. O maior registro foi em São Benedito, na serra da Ibiapaba, com 87,4 mm, seguido de Ererê e Jaguaribe, ambos na região Jaguaribana, marcando 78 mm e 63 mm respectivamente. Não chovia em tantos lugares desde os últimos dias 22 e 23 de abril, com precipitação também em 123 municípios.

Até agora, no trimestre de fevereiro a abril, choveu 521,7 mm, quando deveria ser 510,1 mm. Mesmo estando em torno da média, o resultado poderia ter sido melhor não fossem os baixos volumes de março, mês historicamente mais chuvoso, mas que acabou 41,1% abaixo do normal. A média de precipitação para os quatro meses da quadra é de 600,7 mm.

“Estamos dentro da média para o trimestre mas infelizmente em março houve a redução de chuvas, o que contribuiu para não estarmos em um nível mais elevado de água. Nós não estamos tão tranquilos para superar a média. Se não fosse um março ruim, estaríamos em um cenário melhor”, afirma o meteorologista. No ano passado, o Estado terminou o período chuvoso 8,2% abaixo (551.7 mm).

Maio também será decisivo para a situação hídrica do Estado. O secretário dos Recursos Hídricos do Estado, Francisco Teixeira, afirma que com as chuvas deste trimestre houve um pouco mais de tranquilidade hídrica, principalmente para o Interior. “Há pouco mais de 20 dias, no início de abril, estávamos com cerca de 20 cidades em situação emergencial, à beira de um colapso. Hoje, várias já tiveram sua situação normalizada para atravessar o ano”, indica.

(O POVO – Repórter Matheus Facundo/Foto -Mateus Dantas)