O senador Cássio Cunha Lima (PSDB-PB) considera que o presidente Michel Temer “vai enfrentar uma dificuldade grande” para concluir o mandato até 2018.
Em entrevista ontem, Cássio defendeu que a presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Cármen Lúcia, deveria substituir Temer. “Uma nova eleição seria a melhor saída, não tenho dúvida”, comentou.
Licenciado do cargo de senador desde setembro, ele afirmou que sempre foi favorável a eleições diretas para presidente e que a defesa do presidente no processo que pode levar à cassação da chapa Dilma-Temer no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) “não combina” com a tradição da Justiça Eleitoral.
O parlamentar disse que só apoiou o impeachment de Dilma Rousseff porque o processo no Senado “andou mais rápido” do que o do TSE.
“Eu sempre achei que a nova eleição seria o melhor remédio para distender o País e encontrar legitimidade no que diz respeito à composição de um novo governo. Infelizmente o TSE não concluiu o julgamento a tempo, o impeachment andou mais rápido e havia também razões objetivas para realização do impeachment, uma vez que a presidente Dilma inegavelmente cometeu os crimes que lhe eram imputados”, afirmou.
Questionado sobre a possibilidade de haver eleição indireta e de o Congresso escolher o nome de Fernando Henrique Cardoso, seu correligionário, para a presidência, Cássio respondeu que a contribuição que FHC poderia dar “já foi dada”.
Ele declarou que Cármen Lúcia seria a melhor opção para cumprir o período de transição, afirmando que ela é “uma mulher cuja honestidade e probidade ninguém discute, que tem experiência e tem capacidade”.
“É preciso pensar um pouco mais largo e o Brasil já deu demonstração de disposição de dar oportunidade para as pessoas que também não estão na militância política mais tradicional.”
Saiba mais
Crise na base
Hoje, em meio aos boatos de afastamento dos tucanos, Temer minimizou as declarações de Cássio Cunha Lima durante evento ao lado do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), para a entrega de 420 unidades do Minha Casa Minha Vida, em Mogi das Cruzes. "É natural que falas dessa natureza aconteçam.
Se não estivermos habituados a falas dessa natureza, não conseguimos governar. Temos que passar adiante", declarou. Questionado sobre o possível afastamento dos tucanos de sua gestão, em razão do acirramento da crise política e econômica e da Operação Lava Jato, o presidente da República teceu elogios a atuação do PSDB. Ele disse que os tucanos têm prestado um auxílio "extraordinário".OPOVO
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