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domingo, 13 de novembro de 2016

AÇUDES DO CEARÁ;UMA BACIA ZERADA,DUAS ABAIXO DE 2% E AS OUTRA SECANDO

Por ipuemfoco   Postado  domingo, novembro 13, 2016   Sem Comentários


Os açudes no Ceará estão secando. A cada semana as reservas de água baixam por causa do consumo crescente e da evaporação. 


A seca que castiga o Estado desde 2012 está mais intensa e o risco de um colapso no abastecimento é iminente. Nesta semana, a Bacia Hidrográfica do Baixo Jaguaribe zerou e outras duas, Curu e Sertões de Crateús acumulam menos de 2% de suas capacidades.

Os números demonstram uma certeza: se não houver chuvas fortes, enxurradas na próxima quadra chuvosa (fevereiro a maio) suficientes para ocorrer recarga dos reservatórios, a situação, que é crítica, vai se agravar ainda mais. O próprio governador do Estado já começa a falar em colapso hídrico na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF) e em cidades do Interior cearense.

Se haverá chuvas intensas ou não em 2017 é uma dúvida, mas outra certeza que temos é que as águas tão esperadas do Rio São Francisco não chegarão para socorrer grande parte do Ceará no primeiro semestre do próximo ano. O Eixo Norte permanece paralisado desde junho passado e não há data definida para a retomada da obra, que é necessária para a transferência de água para os Estados do Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte.

Em média, os 153 açudes monitorados pela Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh) acumulam apenas 7,7% de seu volume total. O monitoramento da Cogerh mostra que são 132 reservatórios com volume inferior a 30%. Na categoria de seco já são 38 e em volume morto, 42. Esse é o pior quadro desde quando a Companhia começou a fazer monitoramento das bacias hidrográficas, em meados da década de 1990.

Nesta semana, a Bacia do Baixo Jaguaribe secou. O Açude Santo Antônio, no município de Russas, apresenta volume zero. Outras duas bacias hidrográficas estão caminhando para o mesmo quadro. A do Curu apresenta volume médio de 1,74% e a dos Sertões de Crateús está com 1,89%. Crítica também é do Banabuiú que reúne apenas um volume médio de 2%.

A Bacia do Curu dispõe de 13 açudes e seis estão secos. O reservatório de Pentecoste apresenta baixo volume, 0,29% e o de Tejuçuoca, 0,89%. Estão secando rapidamente. Os municípios de Umirim, Caridade, Canindé, Tejuçuoca, Itapajé e General Sampaio enfrentam problema grave de abastecimento.

Baixo Jaguaribe

A região do Baixo Jaguaribe enfrenta um quadro de escassez de água que se agrava a cada semana. O abastecimento depende do Açude Castanhão, o maior do Ceará, que acumula apenas 5,5%. O reservatório libera cerca de 6m³/s para atender a demanda dos centros urbanos que captam no leito do Jaguaribe.

Segundo a Cogerh, a água liberada pelo Castanhão chega até a localidade de Sucurujuba, em Quixeré, a cerca de 100Km do reservatório. Inicialmente, o recurso hídrico percorre o leito do rio e atende os consumidores da cidade de Jaguaribara, depois São João do Jaguaribe, Tabuleiro do Norte, Limoeiro do Norte e, por último, Quixeré.

De acordo com o gerente regional da Cogerh, Hermilson Barros, o nível da água no leito do Rio Jaguaribe está reduzido, atende Limoeiro do Norte com dificuldades e Quixeré com déficit. "O nível baixou muito com a vazão reduzida do Castanhão", observou. Esse volume representa um quarto da quantidade liberada anteriormente.

A prioridade do uso da água é para o abastecimento humano, segundo definição entre os integrantes da Bacia do Baixo Jaguaribe em reunião de alocação para o segundo semestre de 2016. O Perímetro Irrigado Jaguaribe-Apodi obtém 1,4m3/s e o Tabuleiro de Russas, 1,3m3/s. Não há previsão de liberação de água para cultivo de arroz e para os criatórios de camarão. "Se houver captação de água no rio para essas atividades é irregular", disse Barros. "A situação está difícil, mas, em parceria com a Secretaria de Recursos Hídricos, a Cogerh está fiscalizando o trecho para evitar barramentos e usos indevidos". Nos últimos meses, aumentaram as denúncias de captação irregular de água no velho rio das onças.

Orós-Castanhão

Desde setembro passado que o Açude Orós libera água para o Castanhão. A vazão deveria ser de 16m3/s, mas problemas operacionais (válvula travada) impedem a liberação definida. Com cerca de 10m3/s ofertados, a água que chega ao Castanhão é em menor quantidade em relação ao que sai para atender a demanda do Baixo Jaguaribe e principalmente da RMF.

Mesmo com a liberação de água do Orós para o Castanhão, o maior açude do Ceará, perde volume a cada dia. Inicialmente, os técnicos da Cogerh esperavam que houvesse uma estabilização, mas vem ocorrendo perda da reserva hídrica. "É uma operação nova, que ainda não atende ao que foi planejado", observou Barros. Os moradores da cidade de Limoeiro do Norte reduziram desperdício de água em torno de 12%, após campanha de conscientização realizada pelo Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE). A captação de água é feita na Barragem de Pedrinhas, no leito do Rio Jaguaribe, mas, mediante a redução do volume, há dificuldades e o órgão investiu cerca de R$ 120 mil para facilitar o acesso para uma galeria, instalação de um reservatório rebaixado, de quatro bombas e de um flutuante.

A partir da captação, a água segue por uma adutora de 3Km até a Estação de Tratamento de Água (ETA). "O cenário atual é muito crítico e, se não chover, a partir de março vindouro, haverá colapso no sistema", disse o superintendente do SAAE, Jorge Rodrigues da Costa. "Sem chuva e sem a água do São Francisco, só Deus pode nos salvar no próximo ano", completou. 
(Diário do Nordeste)

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