Novas testemunhas ouvidas pela Operação Lava Jato sustentam que a compra da refinaria de Pasadena pela Petrobras, nos Estados Unidos, rendeu US$ 15 milhões em propina para funcionários e
dirigentes da estatal.
Foco principal de uma nova fase da operação deflagrada ontem, a compra da refinaria foi aprovada pela diretoria da Petrobras em 2006 e é um dos negócios mais controversos feitos pela estatal após a chegada dos etistas ao poder.
A presidente Dilma Rousseff era ministra da Casa Civil e presidia o conselho de administração da Petrobras na época em que a aquisição foi aprovada. No ano passado, ela acusou a antiga diretoria de ter transmitido ao conselho informações incompletas sobre a transação.
Um novo informante passou a colaborar com as investigações, o engenheiro Agosthilde Mônaco de Carvalho, ex-funcionário da Petrobras que participou da negociação da refinaria e disse ter recebido US$ 1,5 milhão e propina.
Segundo ele, a compra de Pasadena foi feita para “honrar compromissos políticos” do então presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, e foi realizada “na bacia das almas”, porque a refinaria tinha problemas operacionais.
Mônaco era assistente do então diretor da área internacional da Petrobras, Nestor Cerveró, preso desde janeiro e réu em dois processos da Lava Jato. O ex-funcionário foi ouvido na semana passada pelo Ministério público Federal.
De acordo com ele, Pasadena foi apelidada pelos funcionários da Petrobras de “ruivinha”, por causa da quantidade de equipamentos enferrujados – daí o nome dado à fase da Lava Jato deflagrada ontem, Operação Corrosão.
A Polícia Federal realizou buscas nas residências de Mônaco e outros três ex-funcionários da Petrobras. Um ex-gerente da empresa, Roberto Gonçalves, e um ex-dono de casa de câmbio, Nelson Martins Ribeiro, foram presos em caráter temporário.
Conforme Mônaco, outros cinco funcionários da Petrobras receberam propina, bem como Cerveró e o ex-diretor de abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa, o primeiro delator da Lava Jato.
O dinheiro foi pago por meio de contas na Suíça, no Uruguai e no Panamá. Os valores indicados por Mônaco foram confirmados pelo lobista Fernando Soares, o Baiano, que admite ter recebido US$ 4 milhões.
Para o procurador da República Carlos Fernando dos Santos Lima, as investigações podem levar até mesmo à anulação do negócio e à ação para ressarcimento.
US$ 1,5 milhão foi o valor que o novo delator teria recebido
de propina.o povo
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