O grande erro da presidente foi acreditar que conseguiria administrar o País escolhendo interlocutores, definindo quem merecia fazer parte de suas conversas e quem deveria ser mantido á distância delas.
Os movimentos mais recentes envolvendo a presidente Dilma Rousseff e o PMDB reforçam um sentimento generalizado de que a política brasileira continua pródiga na sua capacidade de gerar contradições e fatos inexplicáveis.
A relação nunca foi tranquila e, na verdade, a aliança serviu muito mais para o PT tirar proveito do generoso tempo de TV que suas expressivas bancadas no Congresso garantiam para o estratégico espaço dos programas eleitorais nas campanhas do que como parceiro real quando chegava a hora de governar, efetivamente.
O cenário mudou, porém. A pressão de derrotas na Câmara e no Senado que dificultam a recuperação da economia, impedindo a normalização de um cenário político permanentemente conturbado, foi estreitando as opções para Dilma e seus articuladores.
O cenário mudou, porém. A pressão de derrotas na Câmara e no Senado que dificultam a recuperação da economia, impedindo a normalização de um cenário político permanentemente conturbado, foi estreitando as opções para Dilma e seus articuladores.
Uns poucos que ela ainda oferecia a deferência de ouvir antes de decidir. A questão é que a petista, agora, pode pagar um preço alto pela resistência de antes em reconhecer no PMDB um parceiro efetivo para governar o Brasil.
Aliás, sequer há garantia real de que a operação comandada de maneira pessoal nos últimos dias acontece a tempo de reverter o quadro crítico nas relações com a base aliada. Ou seja, é real o risco de à queda se somar o coice, com a disposição mais recente dela para o diálogo servir apenas para desgastá-la ainda mais com os segmentos que até então lhe mantinham fidelidade, exatamente por sua postura de pouca transigência com o jeito peemedebista de fazer política.
O grande erro da presidente foi acreditar que conseguiria administrar o País escolhendo interlocutores, definindo quem merecia fazer parte de suas conversas e quem deveria ser mantido á distância delas. Corrigi-lo de afogadilho, apenas como estratégia de salvar o mandato, exige cuidados para os quais ela, espera-se, deve estar atenta.Guálter George, editor-executivo de Conjuntura/OPOVO
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