CPI DA PETROBRAS; MINISTRO DA JUSTIÇA SERÁ CONVOCADO PARA DEPOR

Nesta quinta-feira (9), a CPI da Petrobras aprovou a convocação do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, para prestar depoimento sobre o grampo encontrado na cela do doleiro Alberto Youssef na carceragem da Polícia Federal em Curitiba, no Paraná. A Polícia Federal nega ter feito escuta ilegal.

Procurada pelo portal G1, a assessoria do Ministério da Justiça afirmou que Cardozo está fora do país em viagem oficial, e só se pronunciará sobre o caso quando retornar a Brasília. Por se tratar de uma convocação, o ministro terá obrigação de comparecer ao colegiado, mas ainda não há uma data marcada.

De autoria de deputados da oposição, o pedido de convocação foi incluído num bloco de quase 80 requerimentos propostos pelo relator da CPI, o deputado Luiz Sérgio (PT-RJ). "Queremos que o ministro, como chefe da Polícia Federal, possa explicar as dúvidas que ficamos sobre o episódio", disse Luiz Sérgio, sobre as escutas.

Na semana passada, dois policiais federais ouvidos pela comissão confirmaram que o grampo, encontrado na cela do doleiro em abril de 2014, foi instalado sem autorização da Justiça. O depoimento desmente a antiga versão, de que a escuta foi colocada na época em que o traficante Fernandinho Beira-Mar estava preso na mesma cela.

Mais convocações

Além do ministro da Justiça, a CPI vai convocar outras pessoas a prestar depoimento, cujos requerimentos também foram aprovados nesta sexta-feira. Entre eles estão o empresário Júlio Camargo, delator da Operação Lava Jato, e o ex-policial Jayme Oliveira, que disse ter entregado dinheiro ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha.

A lista inclui ainda a advogada Beatriz Catta Preta, que defende vários investigados na Lava Jato e participou dos principais acordos de delação premiada, além de Marcelo Odebrecht, presidente da empreiteira Odebrecht, suspeito de ter participado no escândalo de corrupção da Petrobras.

Outro investigado na operação que teve sua convocação aprovada foi Adarico Negromonte, suspeito de transportar propina para agentes políticos e partidos a mando de Youssef. Ele é irmão do ex-ministro das Cidades Mário Negromonte (PP-BA).