CONDUTA DE DELEGADO QUE TRANSFERIU PRESOS A PÉ NO ENTORNO DO DISTRITO FEDERAL SERÁ INVESTIGADA PELA POLÍCIA

Cristiomário Medeiros diz que está assustado com repercussão do caso.

O delegado-geral da Polícia Civil de Goiás, João Carlos Gorski, determinou nesta quinta-feira (7) a abertura de uma sindicância para apurar as circunstâncias da inusitada transferência de presos a pé pelas ruas de Planaltina (GO), cidade do Entorno do DF, na manhã da quarta-feira (6). 

Eles foram deslocados da delegacia local para a cadeia pública em operação sob o comando do delegado da cidade, Cristiomário Medeiros.

Segundo o porta-voz da Polícia Civil, delegado Norton Luiz Ferreira, a conduta de Medeiros fugiu aos padrões e ao protocolo da corporação nos casos de transferência de presos, ainda que ela tenha acontecido com respaldo judicial. Ele não quis antecipar qual medida pode ser tomada contra Medeiros, caso ele seja punido.

— O delegado-geral achou por bem que a Corregedoria apure por que o delegado em Planaltina não usou viaturas e não fez o deslocamento dos encarcerados de forma adequada e dentro da normalidade ao obedecer as regras de segurança.

O R7 DF apurou que Cristiomário Medeiros tem boa fama entre os colegas. Ele é considerado um delegado “trabalhador” mas que teria errado ao decidir remover 18 presos, a pé, num trajeto de dois quilômetros entre a delegacia e o presídio. No entendimento da polícia, a atitude dele acabou afetando a imagem da instituição de uma maneira geral.

Segundo o delegado Cristiomário, a transferência pelas ruas foi “eficiente” e não representou ameaça à população. Os presos estavam algemados uns aos outros e eram escoltados pelo próprio delegado e seus subordinados. Ele está assustado com a repercussão e teme sofrer algum tipo de punição pela decisão tomada.

— Fiz o que fiz por dois motivos básicos: evitar atrasar uma ordem judicial e evitar uma nova fuga da delegacia. Por isso tive pressa já que a situação era emergencial.

O delegado de Planaltina (GO) afirmou que não usou as viaturas porque elas estavam servindo para transportar os pertences dos presos. Além disso, transferi-los nos três automóveis que dispunha levaria tempo demais e atrasaria a operação, na avaliação dele.

O aparato penal do município sofre uma crise. A cadeia pública foi interditada pela Justiça por superlotação. Ou seja, ela não poderia receber mais ninguém em suas dependências. 

Lá vivem 146 detentos. Já a delegacia teve as celas danificadas em fuga recente e a remoção de 18 presos se deu preventivamente, para que não houvesse uma debandada. Por isso, apesar de tudo, a Justiça determinou o deslocamento dos detentos para a cadeia. A delegacia será reformada e a previsão é de que as celas fiquem prontas na segunda-feira (18).

Perguntado pelo R7 DF para onde iriam novos presos que fossem flagrados cometendo algum crime na cidade, o delegado afirmou que eles teriam de ser abrigados no auditório da delegacia ou em seu próprio gabinete.

Sobre as especulações de que poderia ser candidato a prefeito de Planaltina nas próximas eleições municipais em 2016, o delegado não desmentiu e falou que pode vir a disputar o cargo.

O delegado Cristiomário Medeiros afirmou nesta quinta-feira (7) que realizou a transferência de presos pelas ruas de Planaltina de Goiás, região do Entorno do DF, com “eficiência” e não representou ameaça para a população.

Fotos inusitadas mostram os presos algemados uns aos outros e escoltados pelo próprio delegado e seus subordinados. Ele está assustado com a repercussão do caso e, agora, teme sofrer algum tipo de punição pela decisão tomada.

— Fiz o que fiz por dois motivos básicos: evitar atrasar uma ordem judicial e evitar uma nova fuga da delegacia. Por isso tive pressa, já que a situação era emergencial.

O delegado de Planaltina (GO) afirmou que não usou as viaturas porque elas estavam servindo para transportar os pertences dos presos. Além disso, na avaliação dele, transferi-los nos três automóveis que dispunha levaria tempo demais e atrasaria a operação.R7