CPI DA PETROBRAS; GOVERNO E OPOSIÇÃO PRONTOS PARA A GUERRA

                                        

A disputa pela instalação de Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs) para investigar denúncias de irregularidades envolvendo a Petrobras
e as obras do Metrô de São Paulo, ou serja, que podem atingir os governos do PT (federal) e do PSDB (estadual paulista) finalmente parece ter deixado a esfera jurídica e voltou ao ambiente político. 

Para ficar. Os petistas desistiram de recorrer ao plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) depois do voto da ministra Rosa Webber em favor de se instalar uma CPI restrita à Petrobras enquanto os tucanos agora cobram da Mesa a sua instalação imediata.

Enquanto o presidente Renan Calheiros (PMDB-AL) ainda admite a hipótese de recorrer ao plenário do STF, para garantir a CPI ampla, a bancada governista se prepara para uma árdua disputa com a oposição dentro de uma investigação restrita apenas à Petrobras. 

À oposição, por outro lado, resta apenas esperar que comecem os trabalhos da Comissão. Um e outro lado já estão definindo suas tropas de choque para uma “briga” que movimentará o quadro político nos próximos dias.

O Palácio do Planalto confia na ação de um trio de petistas, formado por Humberto Costa (PE), José Pimentel (CE) e Gleisi Hoffman (PR), para atuarem ao lado do líder no Congresso, Eduardo Braga (PMDB-AM). 

Na oposição, os tucanos Aloysio Nunes Ferreira (SP) e Álvaro Dias (PR) e Agripino Maia (DEM-RN) são os nome que se destacam no clima de preparativos para o que está por vir no Senado.

Humberto Costa a disposição é investigar “tudo e todos, preservando o importante instrumento da CPI dos desvios para fins político-eleitorais”. 

Ele é nome certo para integrar a Comissão pelo lado do Governo. Pelos oposicionistas, Aloysio Nunes Ferreira se diz cansado das “ameaças do PT”, referindo-se ao interesse do partido de investigar as denúncias de desvios de recursos para a obra do Metrô de São Paulo, administrada por governos tucanos. Segundo ele, quem está com medo de investigação é o PT.

As primeiras declarações indicam que o clima pré-eleitoral vai garantir um debate no clima mais quente possível. Resta saber se o objetivo da investigação resistirá ao jogo político.

"QUEREMOS INVESTIGAR TUDO E TODOS. O QUE NÃO VAMOS É DEIXAR QUE UM INSTRUMENTO IMPORTANTE SEJA DESVIRTUADO PARA FINS POLÍTICO-ELEITORAIS"

Humberto Costa, senador pelo PT de Pernambuco

"JÁ ESTOU POR AQUI COM ESSA HISTÓRIA DE AMEAÇA DO PT. NÃO NOS AMEACEM. FAÇAM O QUE QUISEREM, INVESTIGUEM O QUE QUISEREM. NÃO TEMOS MEDO DE NADA"

Aloysio Nunes Ferreira, senador pelo PSDB de São Paulo