A renúncia para se candidatar, em abril, seria mesmo muito estranha considerando que faz um mês e meio que ele mesmo declarou que desejaria, isso sim, mais seis meses além do que terá, para concluir as obras para as quais oito anos não foram suficientes.
Ainda mais esquisita a eventual saída nove meses antes porque Cid, em todas as declarações públicas, tem manifestado a intenção de passar temporada no Exterior a partir de 2015.
Mas os destinos na política nem sempre são determinados pelas vontades. Há pressões no entorno de Cid para que ele concorra. Ciro, pelo parentesco com o governador, não pode ser candidato. Ivo pode se reeleger deputado estadual – a lei permite por já possuir esse mandato – mas também não teria tal desejo.
Assim, a família teria perspectiva de ficar sem mandato, e, portanto, sem tribuna após oito anos à frente do Executivo estadual, período no qual fez não poucos inimigos e pode fazer ainda mais. Além do que, os desdobramentos da disputa eleitoral não indicam tranquilidade para o governador.
A candidatura ao Senado, por um lado, garantiria essa tribuna. Também ajudaria bastante na dura campanha que se prenuncia para quem vier a apoiar. E talvez tivesse como principal efeito tirar de vez Tasso Jereissati (PSDB) do páreo, pois dificilmente ele entraria numa campanha praticamente suicida contra o atual governador.
A candidatura ao Senado, por um lado, garantiria essa tribuna. Também ajudaria bastante na dura campanha que se prenuncia para quem vier a apoiar. E talvez tivesse como principal efeito tirar de vez Tasso Jereissati (PSDB) do páreo, pois dificilmente ele entraria numa campanha praticamente suicida contra o atual governador.
Com isso, a oposição sairia inevitavelmente fragilizada, mas não há sinais de que a candidatura de Tasso seja o mais provável dos cenários, mesmo sem Cid como adversário. Além disso, a candidatura do governador poderia criar incômodo no PT, pois José Guimarães está de olho nessa vaga.
Do ponto de vista das articulações, a candidatura de Cid só tornaria as coisas mais fáceis com os aliados em uma situação: caso ele lance um petista para governador. Nesse caso, poderia ser Camilo Santana ou Nelson Martins, expoentes do “PTdoC” – “C” de Cid.
Isso neutralizaria o movimento do PMDB para evitar que o PT apoie o Pros no Estado. Ao invés de alguém de seu partido, Cid lançaria mão de um correligionário da presidente Dilma Rousseff.
Isso neutralizaria o movimento do PMDB para evitar que o PT apoie o Pros no Estado. Ao invés de alguém de seu partido, Cid lançaria mão de um correligionário da presidente Dilma Rousseff.
O problema é que, se Eunício Oliveira (PMDB) já articula em Brasília para que petistas não estejam em palanque adversário, como não reagiria diante de uma candidatura própria do PT que, até agora, nem está na complicadíssima mesa de negociações nacional.
Tudo bem que seria candidato lançado por vontade do governador, mas que só concorrerá se o partido der aval. Sempre poderá declinar da oferta - não por vontade, mas por pressões externas. Ou seja, Cid disputar o Senado resolve uns e cria outros tantos problemas .
Os atos falhos de Dilma, ao chamá-lo de senador duas vezes, podem indicar algo que vem sendo tratado muito reservadamente em encontros de cúpula. Pode ser desejo dela. Ou pode ser apenas mais um lapso de quem, por exemplo, trocou tantas vezes o nome do prefeito Roberto Cláudio (Pros).
Os atos falhos de Dilma, ao chamá-lo de senador duas vezes, podem indicar algo que vem sendo tratado muito reservadamente em encontros de cúpula. Pode ser desejo dela. Ou pode ser apenas mais um lapso de quem, por exemplo, trocou tantas vezes o nome do prefeito Roberto Cláudio (Pros).
Os bastidores fervilham e são muitas as especulações, não raro desencontradas. Como disse, não me arrisco na futurologia.Érico Firmo/OPOVO
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