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domingo, 9 de fevereiro de 2014

O QUE ESPERAR DO CEARÁ DEPOIS DO GOVERNO FERREIRA GOMES

Por ipuemfoco   Postado  domingo, fevereiro 09, 2014   Sem Comentários

                                   
Quando passar o comando do Palácio da Abolição ao seu sucessor, daqui a menos de 11 meses, o governador Cid Gomes (Pros) também estará entregando a pauta de desafios do Ceará dos próximos anos – lista que inclui problemas antigos não resolvidos e uma série de situações novas, que surgiram ou se agravaram ao longo da atual gestão. As eleições de 2014 serão a vitrine dessa nova agenda.

Embora atualizada, a pauta guarda semelhanças com a assumida por Cid lá atrás, em 2007: o debate sobre violência é ainda mais palpitante que à época, o combate à pobreza permanece como marca dos discursos, a briga por uma refinaria no Estado é árdua como há sete anos.

A diferença é que, agora, outros setores ganham força. Saúde e convivência com a seca – que, embora crônicos, não atingiam nas eleições de oito anos atrás o nível de dramaticidade atual – são potenciais itens prioritários. 

O primeiro, pelos avanços na infraestrutura e desafios quanto à manutenção, qualidade e ampliação do serviço, bem como a demanda; o segundo, pelo drama climático para o qual a atuação do poder não tem sido suficiente para evitar que se converta em tragédia.

Como se não bastasse, em outra página da lista há ainda os desafios que quase passam em branco no debate político, mas que, cedo ou tarde, irão se impor. É o caso do desenvolvimento urbano, antes restrito à pauta das capitais, mas agora lançado como um dos desafios para as futuras administrações do Estado.

Problemas urbanos

“Quem vai a Guaramiranga, cidade que não tem nem 10 mil habitantes, já vê um processo de favelização em cima dos morros, de degradação ambiental. Os problemas das grandes cidades estão se reproduzindo em escalas menores, e é esse o ponto de alerta”, explicou o mestre em Desenvolvimento Urbano e professor de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Fortaleza (Unifor), Emanuel Cavalcanti. Ele comenta o caso de Juazeiro do Norte, no Cariri, sede de um dos maiores lixões do Ceará, onde também crescem problemas de trânsito – típicos do crescimento desordenado.

Segundo Cavalcanti, parte da responsabilidade sobre o setor é das prefeituras, a quem cabe aprovar e aplicar planos diretores para o uso e ocupação do solo. O arquiteto pondera, no entanto, que o Estado pode ampliar o papel de indutor da organização urbana do Interior.

“O governo até tem uma política para o território cearense desde a década de 1990, quando elaborou 49 ‘projetos estruturantes’ para as cidades. Conhecimento da realidade regional a gente tem. Mas, a resposta tem sido tímida. A própria Secretaria das Cidades possui estrutura pequena, quase não tem corpo efetivo, depende da terceirização. A efetivação do que é planejado é que não acompanha o ritmo dos problemas”, diagnosticou.

Seca levada a sério

O mergulho de Cid no tanque de uma adutora defeituosa na cidade de Itapipoca, em dezembro de 2013, é símbolo do peso político que a falta de água ganha às vésperas de mais uma eleição. 

Com reservatórios quase vazios, mas cheios de incertezas, a seca se consolida na ordem do dia. Caberá, ao próximo chefe do Executivo reverter de vez uma lógica histórica: a de só remediar, e não de prevenir, os efeitos da estiagem.

Segundo a representante do Departamento Nacional de Obras contra a Seca (Dnocs) no comitê que discute uma política nacional sobre o tema, Raquel Pontes, os gráficos mostram que os grandes investimentos públicos em infraestrutura hídrica têm coincidido com os anos de maior estiagem. “Ao longo da história, a atuação foi sempre reativa”, observou.

Pela falta de uma política nacional de seca, os bastidores de quem tenta resolver as urgências, segundo ela, é uma verdadeira bagunça. 

“A cada evento de seca é um procedimento diferente. Uma hora quem resolve é o comitê de seca, outra hora é o Exército, outra uma secretaria específica. E isso vai mudando, sem organização. Há situações em que a gente não sabe quem é o interlocutor”, relata Raquel.

Ela destaca avanços. O Ceará tem investido em infraestrutura hídrica permanente e em ferramentas de tecnologia para ampliar o potencial meteorológico. 

“Mas, falta a estruturação de uma politica que reconheça as responsabilidades de cada ente. Estamos passando por três séculos de estiagens e calamidades e não conseguimos estruturar o País. Temos uma política para a água, mas não tem pra ausência de água”, opinou.


NÚMEROS

2,16% FOI A PARTICIPAÇÃO do PIB do Ceará na economia nacional alcançada em meados de 2013. O índice é o maior desde 1965

2,21% FOI A MAIOR participação do Ceará no PIB do Brasil na história, em 1965, quando Virgílio Távora era governador do Estado


4,4% É A PARTICIPAÇÃO da população do Ceará no total de habitantes do Brasil. O número representa a meta de percentual do PIB cearense no Brasil

Ceará de 2006 NO ANO EM QUE Cid foi eleito, a segurança foi o tema principal da campanha. Saúde e seca não estavam tão na ordem do dia

Ceará de 2010 NA REELEIÇÃO de Cid Gomes, depois de anos de chuvas razoavelmente regulares, a seca voltava a preocupar

Ceará de 2014 AO LADO DE seca e saúde, a segurança, como em 2006, permanece entre as maiores preocupações do cearense. O POVO

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