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segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

GARI E ALGUNS POLÍTICOS

Por ipuemfoco   Postado  segunda-feira, fevereiro 17, 2014   Sem Comentários

                      
Em comum apenas o fato de lidarem com sujeiras.
O gari com o sujo material, produto da negligência, ignorância e da má educação social e de falta de higiene dos que vivem em comunidade.

O político, bem, o político, não precisa cogitar de coisa suja: quando, todos, no mundo inteiro, vemos e sentimos o charco e a podridão que envolvem aqueles que cuidam da “coisa pública" com as honrosas exceções.

Curiosamente, tenho observado a aparência e o cuidado dos chamados responsáveis pela coleta de lixo, quero dizer da “sujeira pública"; e tenho concluído maravilhas:a maioria são limpos, asseados, de barba feita - quando homens -; de cabelos cuidados - quando mulheres -; roupas limpas mesmo em meio a toda a sujeira que recolhem.
Isto me fez raciocinar como o grande filósofo alemão, Nietzsche:
“O nojo pela sujeira pode ser tão grande que impede que nos purifiquemos, - que nos “justifiquemos".

É fato, somente quem não teme a sujeira é capaz de limpá-la; pois, do contrário, se tivesse horror à mesma, dela fugiria; e a mesma aumentaria, a tal ponto, que ele se tornaria parte indefesa dela própria.

Vamos,então garis, para combater a sujeira, não temê-la; enfrentando-a, para acabar com ela. E, enquanto fazem isto, os banhos habituais, com os sabonetes comum de sempre, os manterão cada vez mais limpos, ao passo que a sujeira não resiste a vocês, que são encarregados de removê-la: 

Parabéns, garis, de todo o mundo; homens e mulheres limpos, e que se tornam ainda mais limpos ao não temerem e combaterem a sujeira do mundo!

Mas, até o momento, nos referimos à sujeira exclusivamente material. Sujeira com que o homem, criminosamente, contamina o próprio ambiente onde vive.

Mas e os políticos? Lembram-se do título: Garis e políticos?

Bem, no início deste artigo frisamos o charco e a podridão que envolvem a “coisa pública" e contamina aqueles que dela cuidam: os políticos, fora as nobres e raras exceções. 

Há, contudo, uma diferença essencial entre a sujeira do gari e a sujeira do político: primeiro, que a sujeira do gari não é de sua responsabilidade; pelo contrário, sua responsabilidade é caprichar em sua própria limpeza para não ser vitimado pelo mal causado por outros.

Daí, ser um preconceito achar-se que o gari é sujo porque lida com a sujeira: sujo é quem assim pensa; sujo na mente, sujo no coração. 

Já na política, lamentavelmente, a sujeira é produzida justamente por aqueles que, demagogicamente, se propõem a limpá-la: acabam aumentando-a, inclusive, inovando-a, com novas formas de sujeiras.

E o pior, se há as exceções - que sempre existem -, elas apenas vêm a confirmar a regra: os bons, ou se omitem - e se tornam piores do que os corruptos -; ou só lhes resta a decepção consigo mesmos, por terem se iludido com a possibilidade de se manterem limpos no meio de tanta e histórica sujeira: 

E, pior ainda, enquanto os garis dispõem de simples sabonetes que os tornam asseados e contrastantes com a sujeira que combatem, os políticos, cada vez mais, se tornam mais sujos, pois é uma sujeira que os agride por dentro: no nível da consciência, do caráter e da dignidade...

Ao fim de tanta sujeira, enquanto os garis, moralmente garantidos de nada terem com a sujeira que combatem, e até estimulados em sua limpeza, exalam, na limpeza e no cuidado com a limpeza de seus corpos, o sentimento nobre de sintonia com a alvura de suas consciências, onde o lixo material jamais atuará.

Os políticos corruptos, ah! Os pobres políticos! Estes, por mais que lavem os corpos, com sabonetes e perfumes caríssimos - seus salários permitem... -, jamais, em tempo algum, removerão o mal cheiro e a podridão que o peso de suas consciências - desde o corrupto ao omisso fora as nobres e raras exceções - exala fetidamente, desde os corredores palacianos até os banheiros públicos!

Foi exagero, algum ato de injustiça, algo de errado o que aqui escrevemos?

Se foi, que me perdoem os garis pela justiça maior que não lhes fiz. E, é lógico, as nobres exceções que ainda mantêm a política como o mal mais necessário ao homem, mais que o próprio dinheiro.Lamir David médico e escritor

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