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sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

MORRE MANDELA, O HOMEM QUE DERROTOU O PARTHEID

Por ipuemfoco   Postado  sexta-feira, dezembro 06, 2013   1 Comentário




                     

Primeiro presidente negro da África do Sul, Madiba ficou internado três meses devido a uma infecção pulmonar

Pretória Ícone da queda do apartheid e figura adorada pelos sul-africanos, Nelson Mandela morreu ontem aos 95 anos em sua casa em Johannesburgo.

Em seu governo, estadista adotou como prioridade o discurso de unidade nacional e desencorajou atos de vingança e violência. Analistas apontam que, em razão disso, não conseguiu dar atenção suficiente a programas sociais Foto: reuters

"Faleceu em paz, ao lado de sua família por volta das 20h50, no dia 5 de dezembro. Ele agora está em paz. Nosso país perdeu seu maior filho", disse o presidente sul-africano, Jacob Zuma, ao anunciar a morte do líder em cadeia de TV.

"Nossos pensamentos e orações estão com a família Mandela. Temos uma dívida de gratidão. Eles sacrificaram muito para que nosso povo fosse livre", continuou. "O que fez Nelson Mandela grande foi justamente o que o fazia humano. Nós víamos nele o que perseguíamos em nós mesmos".

Primeiro presidente negro da África do Sul (1994-99), Mandela não era visto em público desde a final da Copa do Mundo da África do Sul, em julho de 2010.

Sua última aparição ocorreu em abril passado, quando ele recebeu um grupo de políticos encabeçado pelo presidente sul-africano. As cenas da TV estatal, em que aparece distante e alheio ao que se passa a seu redor, causaram comoção no país.

Em junho, ele enfrentou a quarta internação desde dezembro de 2012, o Medi-Clinic Heart Hospital, em Pretória. Ele sofria de complicações decorrentes de uma infecção respiratória.

Em seu governo, adotou como prioridade o discurso de unidade nacional e desencorajou atos de vingança e violência. Analistas apontam que, em razão disso, não conseguiu dar atenção suficiente a programas sociais, à geração de empregos e à epidemia de Aids, que se alastrou durante os anos em que governou a África do Sul.

Em 1999, declinou da possibilidade de concorrer a um novo mandato para se dedicar a causas sociais e a ser uma espécie de consciência moral da nação. Pouco a pouco, no entanto, foi reduzindo sua visibilidade à medida em que a idade avançava.

Ainda não está claro quando e onde será o enterro. Há duas possibilidades: na vila onde nasceu, Mvezo, ou na pequena localidade em que passou a infância, Qunu. Ambas ficam na província de Cabo Oriental, na costa do oceano Atlântico.

Histórico

O sul-africano nasceu em 18 de julho de 1918. Filho de Henry Gadla, chefe da tribo Thembu da etnia xhosa, sua vocação para a liderança é atribuída à formação familiar. Ao contrário do que previa a tradição, decidiu estudar. Abandonou sua província e foi viver em Alexandra, bairro negro no subúrbio de Johannesburgo. Casou-se com Evelyn Mandela em 1944, com quem teve dois filhos e duas filhas.

Formou-se advogado pela Universidade de Witwaterrand em 1952 e montou um escritório de advocacia para negros. É nesta época que entra para o Congresso Nacional Africano, movimento nacionalista de luta contra o apartheid.

Em 1960, aumenta a repressão contra o CNA, que nos últimos anos vira crescer sua importância política.

Naquele ano, Mandela consegue autorização do líder do movimento, Albert Luthuli, para montar o que seria o braço armado do CNA, o Umkhonto we Sizwe ("Lança da Nação"). Ainda em 60, o CNA seria banido e passaria à clandestinidade.

Prisão

Mandela foi preso em 5 de agosto de 1962 e condenado à prisão perpétua por sabotagem contra o governo, em 12 de junho de 1964. Quando foi preso, em 1962, Mandela estava casado pela segunda vez com a militante Winnie Madikizela, que conheceu nas reuniões do CNA, em 1956, quando ainda vivia com Evelyn. Casaram-se em 1958 e tiveram duas filhas.

Mandela deve a Winnie o início do movimento de luta por sua libertação.

No final da década de 80, Nelson Mandela era o preso político mais famoso do mundo.

Igualdade racial

O Conselho de Segurança das Nações Unidas exigia, por meio de sanções econômicas, o fim do apartheid. Em 14 de setembro de 1989, assume a Presidência Frederik W. de Klerk. Herdeiro de fundadores do Partido Nacional, ele inicia reformas no regime político. No dia 2 de fevereiro de 1990, legaliza o CNA e, no dia 11, anuncia a libertação de Mandela. Livre, ele inicia negociações por reformas políticas. Recebeu o prêmio Nobel da Paz, juntamente com o presidente Frederik de Klerk, no dia 15 de outubro de 1993.

Brasileiros lamentam perda de herói da África do Sul

Personalidades brasileiras lamentaram ontem a morte do ex-presidente sul-africano, Nelson Mandela. A presidente Dilma Rousseff deve viajar à África do Sul para o funeral do líder da luta contra o apartheid, segundo assessores palacianos.

Lula conheceu Mandela há mais de 20 anos, em Cuba. A última vez em que estiveram juntos foi em outubro de 2008, em Moçambique FOTO: AGÊNCIA ESTADO

Em nota oficial, ela disse que "o governo e o povo brasileiros receberam consternados" a notícia de sua morte.

"O governo e o povo brasileiros se inclinam diante da memória de Nelson Mandela e transmitem a seus familiares, ao Presidente Zuma e aos sul-africanos nosso sentimento de profundo pesar", disse Dilma.

"O exemplo deste grande líder guiará todos aqueles que lutam pela justiça social e pela paz no mundo", continuou.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que "o mundo perde uma das figuras mais extraordinárias" que conheceu.

"Um homem com personalidade e caráter extraordinários", afirmou durante evento em Diadema (SP). "Um homem que mesmo sendo encarcerado por 27 anos sai da cadeia sem uma gota de ódio e negocia com os brancos. Que ele sirva de exemplo para os filhos e netos de vocês", afirmou.

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, também manifestou condolências aos parentes de Mandela, ao governo e ao povo sul-africano. "A morte de Nelson Mandela torna o mundo mais pobre de referências de coragem, dignidade e obstinação na defesa das causas justas", disse.

Já Pelé declarou que Mandela "foi um herói, um amigo e um companheiro na luta pelo povo e pela paz no mundo".

FONTE: DIARIO DO NORDESTE

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