Somente uma posição separa o Ceará do topo do ranking de aumento dos crimes violentos letais intencionais cometidos entre 2008 e 2012 no Brasil. Nestes cinco anos, o número de vítimas de homicídios dolosos, latrocínios (roubos com morte) e lesões corporais seguidas de óbito cresceu 77% no Estado, conforme o 7º Anuário Brasileiro de Segurança Pública. O documento, elaborado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), será lançado às 10 horas de hoje, em São Paulo.
O índice cearense é batido apenas pelo acréscimo de 89% registrado em Minas Gerais. E tem entre seus componentes crimes como a chacina do Meireles - ocorrida em dezembro do ano passado e que vitimou três jovens, dentre eles uma estudante de Direito.
Em 2008, o Ceará ocupava a décima posição no ranking de números absolutos de casos, com 2.063 ocorrências. Ficava atrás do Rio de Janeiro (5.464), São Paulo (4.692), Bahia (4.534), Pernambuco (4.376), Pará (3.172), Paraná (2.950), Rio Grande do Sul (2.470), Minas Gerais (2.178) e Alagoas (2.126). Em 2012, estava em quarto lugar, com 3.657 registros e perdendo apenas para Bahia (5.764), Minas Gerais (4.125) e Rio de Janeiro (3.970).
De 2008 para 2012, nove estados registraram recuo estatístico de mortes violentas letais intencionais: Rondônia (6,43%), Alagoas (8,04%), Rio Grande do Sul (13,64%), Goiás (13,77%), Pernambuco (26,21%), Rio de Janeiro (27,34%), Mato Grosso do Sul (31,29%), Espírito Santo (38,6%) e Amapá (64,56%).
No Ceará, o quinquênio de aumento de 77% contempla a primeira gestão e parte do segundo mandato do governador Cid Gomes (Pros). No Brasil, o crescimento foi de 9,2% (de 45.885 casos para 50.108 casos).
A variação nacional é, portanto, quase 8,5 vezes menor que a cearense. “O nosso maior problema hoje é que as ações no campo da segurança pública estão, muitas vezes, mais pautadas em opiniões, ideias ou reações emergenciais a um caso de grande repercussão na mídia ou, como no caso, a publicação de dados que tem um efeito negativo sobre a imagem dos gestores da área em determinado Governo.
No Ceará, o quinquênio de aumento de 77% contempla a primeira gestão e parte do segundo mandato do governador Cid Gomes (Pros). No Brasil, o crescimento foi de 9,2% (de 45.885 casos para 50.108 casos).
A variação nacional é, portanto, quase 8,5 vezes menor que a cearense. “O nosso maior problema hoje é que as ações no campo da segurança pública estão, muitas vezes, mais pautadas em opiniões, ideias ou reações emergenciais a um caso de grande repercussão na mídia ou, como no caso, a publicação de dados que tem um efeito negativo sobre a imagem dos gestores da área em determinado Governo.
É preciso pesquisar, avaliar, conhecer melhor a realidade para então poder começar a pensar em estratégias que funcionem para modificar um quadro como o apresentado na pesquisa. Isso requer tempo e investimento em ações de curto, médio e longo prazos”, diz o pesquisador do Laboratório de Estudos da Violência (LEV/UFC), Luiz Fábio Paiva.
Para ele, nossa política de segurança é enervada de “erros grosseiros” por desconhecimento das novas nuances do crime e dinâmicas da vida social. “Se opera em geral com um amadorismo terrível que sempre coloca interesses eleitorais à frente do trabalho sério e comprometido com o bem-estar das pessoas.
Para ele, nossa política de segurança é enervada de “erros grosseiros” por desconhecimento das novas nuances do crime e dinâmicas da vida social. “Se opera em geral com um amadorismo terrível que sempre coloca interesses eleitorais à frente do trabalho sério e comprometido com o bem-estar das pessoas.
As políticas públicas no Brasil são inventadas, implantadas e deixadas de lado com uma velocidade espantosa e sem que tenhamos sequer uma avaliação sobre o que aconteceu de bom ou ruim nesse processo.” (colaborou Liana Costa)/O POVO

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