O governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), disse nesta terça-feira que a política brasileira precisa da aposentadoria de um “um bocado de raposas”.
Falando como candidato à Presidência da República, Campos deu entrevista a uma rádio de Salvador, e mandou um recado ao PT e ao PSDB.
— Chegou a hora de a gente aposentar um bocado de raposas que já está enchendo a paciência do povo brasileiro. (Elas) têm que ir para casa para o Brasil seguir e continuar mudando — declarou, em conversa por telefone, conduzida pelo radialista Mário Kertész, da Rádio Metrópole de Salvador.
O presidente nacional do PSB, no entanto, afirmou ter consideração e amizade com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o senador Aécio Neves (PSDB), provável adversário em 2014. Ele indicou que seu palanque agora é diferente do montado por ambos.Ao ser indagado sobre a frase atribuída a Lula de que a aliança com Marina Silva teria sido um “soco no fígado”, Campos disse que seu “intuito não foi dar soco em ninguém”:
— (O intuito foi) construir um caminho para animar a vida pública brasileira e permitir que a população participe da eleição para não ficar com aquele negócio chato de um que diz sim e outro não.
— O PT e o PSDB deveriam estar achando até bom (a aliança), pois são dois partidos que surgiram até buscando exatamente quebrar esse tipo de polarização que nos impôs a ditadura: era MDB e Arena. Acho que ganha o debate, o cidadão.
Campos disse que o “movimento não é contra ninguém”, pois “reconhece o que aconteceu no Brasil nos últimos anos”.
— (Mas a aliança) reconhece que é preciso mudar a política, se não a gente não faz as mudanças para continuar construindo dias melhores para a vida da população.
Em relação ao fatiamento de governos motivado pelas alianças partidárias, o pré-candidato do PSB à Presidência da República disse que essa prática estaria “vencida”.
— A sociedade precisa de serviços públicos que funcionem melhor, nós não podemos permitir essa apropriação de pedaços de estado por forças política para alimentar reeleições de a, b ou c. A gente precisa racionalizar o gasto público, melhorar a qualidade do serviço público. Não é nenhum preconceito com a política (atual).
Campos disse que os governos precisam entregar escolas funcionando, formando as crianças e jovens. Afirmou ainda que a situação da saúde é caótica.
— A prática tem que mudar para uma prática que ganhe o povo e ganhe a nova política.
Ele classificou a política brasileira como “mofada, cansada e atrasada”.
— As figurinhas são as mesmas, as mesmas cabeças, só pensam nas casquinhas, nos políticos debaixo do braço para empregar alguém que não arruma emprego na iniciativa privada para atrasar a vida do povo. O povo está pagando imposto caro, está passando três horas para ir e vir ao trabalho, tá querendo eficiência, mudança, essa política é analógica e a população está na era digital, não aguenta mais conversa não, quer velocidade.
Campos contou ter ficado emocionado no sábado, ao receber um telefonema do senador Pedro Simon (PMDB-RS).
— Eu queria estar aí (em Brasília para o anúncio da aliança), mas parabéns. Eu imagino como doutor (Miguel) Arraes (avô de Campos) estaria feliz em ver você e a Marina conseguindo uma alternativa que faz com que a gente volte a ter emoção na política brasileira — teria dito Simon.OGLOBO
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