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sábado, 7 de setembro de 2013

TUMULTO NO CENTRO DO RJ,BOMBAS SÃO LANÇADAS CONTRA MANIFESTANTES

Por ipuemfoco   Postado  sábado, setembro 07, 2013   Sem Comentários

Manifestantes retiram bandeiras do Estado do Rio e do Brasil no Monumento a Zumbi, no Centro do Rio Foto: Pedro Kirilos / O Globo
A Secretaria de Segurança informou que 25 pessoas foram levadas para delegacias para averiguações por conta dos protestos deste sábado no Centro do Rio. Ainda não há um número exato e para quais delegacias elas foram levadas. Segundo a delegada do dia da 17ª DP (São Cristóvão), Viviane Costa, 11 detidos foram encaminhados à delegacia: 

Um menor, uma mulher e nove homens. As detenções foram por descumprimento do artigo 253 (posse de spray de pimenta), desacato (dois), resistência (dois), desobediência (dois) e lesão corporal (dois). Os detidos já começaram a ser liberados, após serem identificados e assinarem termo se comprometendo a comparecer em juízo. 

Foi também detido, na Rua da Alfândega, um jovem que levava um estilingue e um desfragmentador de maconha. Ele foi levado para a 5ª DP (Gomes Freire). Doze pessoas ficaram feridas durante os tumultos.

No início da tarde, centenas de manifestantes bloquearam a Avenida Rio Branco, que chegou a ser totalmente interditada, mas foi liberada por volta de 14h30m. 

Eles seguiram em passeata até a Cinelândia e estão em frente à Câmara dos Vereadores. A Avenida Presidente Vargas também foi totalmente liberada ao trânsito.

Manifestantes do grupo de mascarados conhecido como Black Blocs retiraram as bandeira do Brasil, do Estado do Rio de Janeiro e do município do Rio que ficavam no monumento a Zumbi na Avenida Presidente Vargas, no Centro do Rio. 

Em seguida, eles atearam fogo nos símbolos. Pouco antes, um novo tumulto foi registrado durante o Grito dos Excluídos, manifestação que começou logo depois do fim do desfile de Sete de Setembro na Presidente Vargas. 

O grupo, que se reuniu na Rua Uruguaiana, seguia de forma pacífica até a chegada dos Black Blocs. Policiais faziam revistas quando houve correria e alguns manifestantes atiraram garrafas nos agentes. Militares, então, revidaram lançando bombas de gás lacrimogênio para conter o tumulto na altura da Praça da República, onde, mais cedo, manifestantes haviam invadido, por alguns minutos, a Avenida Presidente Vargas enquanto era realizada a parada militar. O Comando Militar do Leste, no entanto, negou a invasão. Cerca de 500 pessoas participam da nova passeata, que é acompanhada pelo Batalhão de Choque.

Os feridos na manifestação foram levados para o Hospital municipal Souza Aguiar. Entre as vítimas estão: três homens feridos por estilhaços, duas idosas que passaram mal por conta do gás lacrimogênio, uma criança de seis anos que teve escoriações leves e já foi liberada, quatro manifestantes que tinham ferimentos por bala de borracha e outro que ficou desorientado após a explosão de um artefato e outra que levou uma pancada na cabeça. A secretaria informou que nenhum dos casos apresenta gravidade. Das 12 vítimas, três já foram liberadas.

Apesar da presença de mascarados, a maioria das pessoas participa do novo ato com o rosto limpo. Os manifestantes gritam palavras de ordem contra o governador Sérgio Cabral e cobram a solução para o caso Amarildo. Bandeiras de partidos e movimentos sociais podem ser vistas na passeata.

Durante a manifestação que saiu da Uruguaiana, dois manifestantes foram detidos. Segundo o professor de Geografia Leon Dias, um deles recolhia cartuchos de armamentos da polícia do chão quando a confusão começou. A polícia teria achado que ele recolhia pedras para usar contra os PMs.

Um fotojornalista foi detido por volta das 12h pela PM perto da Central do Brasil. Os policiais não informaram o motivo da prisão e disseram que ele seria apenas levado para o Instituto Médico-Legal para exames. 

O advogado Rodrigo Mondeo, que representava a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), tentou em vão evitar a prisão. A OAB pede para que a população faça denúncias sobre violência por parte da polícia e dos manifestantes para o e-mail direitoshumanos.adv@gmail.com.

O Metrô Rio informou que a Estação Presidente Vargas foi fechada. Pela manhã, devido ao tumulto durante o desfile, o acesso Campo de Santana da Estação Central também teve de ser fechado. Na estação Central do metrô, mais uma confusão durante a dispersão dos manifestantes. 

O humorista e ativista Rafucko foi impedido de entrar na estação pelos seguranças da concessionária, por estar usando uma máscara de Carnaval. Os seguranças alegaram motivos de segurança, mas o ativista se recusou a tirar a máscara e pôde acessar ao local após ser identificado pelos policiais militares.

Pela manhã, o site da Polícia Militar saiu do ar, mas a corporação negou que tenha sido por ação de hackers. Segundo o perfil da PM no Twitter, o grande número de acessos derrubou a página.

Desfile militar tem confusão

A confusão durante o desfile na Avenida Presidente Vargas começou depois que manifestantes acessaram a pista lateral da via pela Praça da República. Eles haviam sido barrados na Avenida Passos, onde houve um tumulto. Homens do Batalhão de Choque tentaram conter os manifestantes com bombas de gás lacrimogênio. Segundo a Secretaria municipal de Saúde, os feridos foram levados para o Hospital municipal Souza Aguiar. Cerca de 300 manifestantes participaram da passeata.

Apesar do tumulto, o desfile cívico continuou até por volta de 11h, mas as arquibancadas ficaram vazias antes disso. Um grupo de militares que ia participar do desfile chegou a descer dos carros para ajudar na segurança. 

O público que assistia ao desfile militar teve de correr em busca de abrigo para se proteger de bombas de efeito moral lançadas na Presidente Vargas. Assustados, pais com crianças tentavam se proteger do tumulto. Segundo o Comando Militar do Leste, 4 mil pessoas acompanhavam a parada militar.

Dona Rosita, de 46 anos, que saiu às 7h de sua casa na Ilha do Governador para ver o filho, soldado da Aeronáutica, desfilar entrou em desespero ao ouvir o barulho de bombas e ser coberta pela fumaça. Ela e uma amiga correram para a Central do Brasil, onde se esconderam numa lanchonete.

- Só vi o povo correndo, a fumaça. A gente vem para o lazer e acaba desse jeito, saindo às pressas com esse vandalismo. Não tem mais paz - disse Rosita, que não quis revelar seu sobrenome, e não conseguiu ver o filho se apresentar.

O professor Eduardo Paparguerius, de 54 anos, criticou a ação da PM. Segundo ele, militares estavam retirando à força máscaras de alguns manifestantes.

- Por que a gente tem medo das máscaras? O clima é o pior possível. As pessoas não estão tendo direito de se manifestar - disse o professor.

Funcionário público Luiz Claudio Nascimento, 50 anos, que levou a sobrinha Bruna, de 5 anos, para assistir ao desfile, reparou que o número de pessoas que assistiam ao desfile era menor este ano. Ele contou que chegou à Avenida Presidente Vargas por volta das 7h e teve que esperar quase três horas para acompanhar o início da parada, que começou com atraso de um hora, por volta das 10h.

- Sou a favor da manifestação. Claro que nada justifica atos de vandalismo, mas percebo que muitas vezes o próprio poder público tem se excedido - observou Luiz Claudio.

A pensionista Elisete da Silva, de 68 anos, moradora de Realengo, foi assistir ao desfile com o neto de 17 anos. Ela conta que estava na arquibancada em frente ao Campo de Santana quando os manifestantes invadiram o local.

- Tive que correr com o meu neto para dentro de um botequim próximo ao Souza Aguiar. Meu medo era que o meu neto, que está vestido de preto, fosse confundido com um dos manifestantes. Dou apoio ao direito de manifestar, mas não desta forma - disse a aposentada.

A estudante Débora Duarte, de 18 anos, moradora de Bangu, também estava com parentes na mesma arquibancada. Ela disse que, com a ajuda de um militar, conseguiu pular a grade de proteção para escapar das bombas de gás lacrimogênio.

- Sorte que esse militar nos ajudou, pois muitas pessoas ficaram passando mal por conta das bombas. Estamos revoltados, pois viemos de longe assistir ao desfile e passamos por isso - disse a jovem.

O Comando Militar do Leste (CML) negou que tenha havido invasão da pista de desfile no Rio. Segundo o coronel Roberto Itamar, assessor de imprensa do Comando Militar do Leste (CML), durante o desfile das tropas um manifestante chegou a jogar uma bomba em direção à pista, próximo ao palanque, e o Exército fez um cordão de isolamento. 

Por causa da confusão, o Exército abriu as grades junto à arquibancada para que pessoas que estavam assistindo à cerimônia pudessem deixar o local.

- Cumprimos o planejado. Todos que deveriam desfilar o fizeram. Houve apenas esse pequeno incidente com a bomba - disse o coronel Itamar.

Durante 1h35m, 6 mil militares desfilaram na Avenida Presidente Vargas, um efetivo 40% inferior ao do ano passado.

- Já tínhamos decidido reduzir o tempo do desfile, que era muito longo. Ano passado, durou três horas. Mas esta acabou sendo uma medida positiva por conta das manifestações - afirmou o assessor.

A mais alta autoridade militar presente ao palanque foi o general de Exército Ueliton José Montesano Vaz, chefe do Departamento de Educação e Cultura do Exército. Entre os civis, a mais alta autoridade foi o deputado federal Jair Bolsonaro (PP). Os três comandantes militares da área assistiram ao desfile. Já o governador Sérgio Cabral e o prefeito Eduardo Paes não compareceram.

Tumulto na Avenida Passos

A passeata teve concentração na Avenida Passos. Impedidos de acessar a Presidente Vargas pela Avenida Passos por causa do bloqueio militar para a parada de Sete de Setembro, os manifestantes seguiram para a Praça Tiradentes e Rua Visconde de Rio Branco em direção ao Campo de Santana. 

No caminho, manifestantes jogaram uma bomba dentro do extinto 13º BPM (Praça Tiradentes). Os policiais responderam com pelo menos duas bombas de gás lacrimogênio. A vidraça de uma agência bancária foi atingida por uma pedra.

Na confusão, uma mulher foi atingida na cabeça e socorrido por estudantes de medicina que apoiam o protesto. Francisca de Assis Barbosa, de 37 anos, foi levada a pé para o Hospital municipal Souza Aguiar. Ela disse ter sido atingida por cassetete de um PM.

- Eles (os PMs) começaram a bater num homem que estava perto de mim e eu acabei sendo atingida na cabeça - disse.

O manifestante Hugo Andrade Pontes também foi encaminhado para o Souza Aguiar depois de ser atingido pela arma de choque de um PM. Outra pessoa inalou gás de pimenta e passou mal. A vítima também foi atendida por estudantes de medicina.

Na Praça Tiradentes, o fotógrafo Marcos de Paula, do jornal "Estado de São Paulo", foi ferido por uma bomba de gás lacrimogênio. Ele disse que a bomba foi jogada pela polícia, quicou no chão e grudou no seu braço, causando uma queimadura. Já o fotógrafo do jornal "O Dia", Alessandro Costa, foi atingido por um chute do policial militar, mas não precisou de socorro. Um repórter da GloboNews foi hostilizado por manifestantes perto do Monumento a Zumbi e impedido de trabalhar no local. O jornalista foi retirado por um carro da Polícia Militar.

Advogados disseram que três detidos foram levados para a 17ª DP (São Cristóvão). De acordo com a PM, no entanto, o manifestante que estava com um estilingue foi levado para a 5ª DP (Gomes Freire) para prestar esclarecimentos. 

O advogado Luan Cordeiro, do Grupos Habeas Corpus, disse que as prisões foram arbitrárias. Ele afirmou que os ativistas presos usavam máscaras, mas se identificaram às autoridades policiais.- Mesmo assim eles foram levados para a delegacia. O uso de máscara não está proibido, desde que se identifiquem - reforçou o advogado.

O tenente-coronel Mauro Andrade, comandante do Grupamento de Policiamento de Proximidade em Multidões (GPPM), afirmou que a Polícia Militar está cumprindo uma ordem judicial da 17ª vara criminal do Rio de Janeiro, que estabelece que qualquer manifestante que estiver usando máscaras deverá ser encaminhado para a delegacia, onde passará por identificação criminal.

Não está proibido usar máscara, mas quem estiver usando será encaminhado para a delegacia e liberado se estiver tudo certo. É uma determinação da Justiça. Estamos cumprindo - afirmou.

Segundo informações da Rádio CBN, houve dois princípios de confusão na Avenida Passos, esquina com a Presidente Vargas. O tumulto teria começado depois que um manifestante que estava mascarado foi abordado. Revoltados, manifestantes cercaram os policiais militares, que usaram armas de choque e spray de pimenta. 

O jovem detido alega, no entanto, que estava caminhando pacificamente à procura do irmão quando foi parado por policiais.O GLOBO

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