O deputado Antônio Carlos, um dos suplentes do PT, no exercício do mandato, chegou inclusive a se despedir, quando, na verdade, vai continuar na Casa. A deputada Silvana Oliveira, suplente do PMDB, também se despediu. Ela deixará mesmo a Assembleia.
Dois dos suplentes que mais demonstravam apreensão, ontem, na Assembleia: Antônio Carlos e Silvana Oliveira conversavam sobre as mudanças e ele fazia as contas dos que entram e os que vão sair, sem saber que ficaria.
Além de Silvana, também vão perder os lugares: Nenem Coêlho, com o retorno do deputado Gony Arruda que ocupava a Secretaria de Esportes e foi eleito pelo PSDB, Ana Paula Cruz e Mailson Cruz, ambos eleitos pelo PRB, integrante da coligação que reunia o PSB, PMDB e PT.
Pegos de surpresa, Antônio Carlos (PT) e Silvana Oliveira (PMDB) fizeram pronunciamentos de despedida. A peemedebista, inclusive, chegou a chorar na tribuna, afirmando ter ficado chateada por ter sido informada da exoneração de secretários e consequente sua saída do Legislativo estadual somente pela imprensa, ontem.
Logo cedo, alguns parlamentares que chegavam na Assembleia já comentavam a notícia veiculada após a postagem feita pelo governador Cid Gomes, no dia anterior, em sua página no Facebook, de que iria realizar mudanças no secretariado.
Muitas especulações foram feitas até o momento em que, na rede social, Cid, pelas 11 horas, anunciou a saída de Gony Arruda (Esportes), Camilo Santana (Cidades), Mauro Filho (Fazenda) e Professor Pinheiro (Cultura).
No plenário só estiveram três dos suplentes que até o anúncio do governador, permaneciam com mandato parlamentar. Antônio Carlos e Silvana Oliveira permaneceram toda a sessão com ar de ansiedade, sendo que o petista, por diversas vezes, estava ao telefone, antes de seu pronunciamento antecipado de despedida. Já Mailson Cruz (PRB) não demonstrou qualquer apreensão ou fez comentário público sobre o assunto.
Desinformado
Em seu pronunciamento, Antônio Carlos disse que permaneceria na Casa com ou sem mandato e via como normal o fato de o governador mudar seu secretariado. Ele lembrou também do momento em que foi chamado, ainda que suplente, para ser o líder do Governo, o que causou estranheza na Assembleia. Depois do discurso e ao saber que continuaria no mandato, ele se mostrava desconcertado.
Augustinho Moreira (PV), vice-líder do Governo, disse que sentirá saudades da convivência que teve com o petista, salientando, porém, que a política funciona como uma balança. "Uma vez você está em cima e outra vez está em baixo. É claro que o Governo tem sido atacado injustamente, porque ele quer melhorar o Estado e é tratado como o pior dos governantes", disse, demonstrando não estar informado das decisões do governador.
Emocionada, Silvana Oliveira (PMDB) se disse triste com a forma como recebeu a notícia. "Estou me despedindo. Fiquei triste com a forma como recebi a notícia, que foi através da imprensa". Me deixou, não mágoa, mas tristeza, pois a atenção a mim dispensada não foi das mais carinhosas. Ela disse ainda que iria sentir falta dos debates na Casa e da repercussão de seus discursos polêmicos, ainda que tenham sido interpretado de forma errada pela opinião pública.
Brincar
Chorando na tribuna da Casa, a peemedebista disse que enfrentou preconceito religioso na Assembleia. "Quem quiser brincar com esse discurso que brinque. Eu morro sem ter vergonha de quem eu sou. Quem não gosta de mim arda na sua consciência e olhe o que eu fiz por aqui".
O deputado Ely Aguiar (PSDC) se disse favorável a que todo parlamentar ao ser convocado para uma secretaria deveria se desfazer do mandato. "O governador Cid Ferreira Gomes formou um secretariado misturado. Uns secretários só pensam neles e são tocadores de harpas", disse ele, lembrando a "dança das cadeiras" na Casa Legislativa anunciada por Cid Gomes pelo Facebook, como divulgado, ontem, no Diário do Nordeste.
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