Governador de São Paulo revelou que entrou com mandado de segurança para exigir acesso aos documentos no Cade sobre a suposta formação de cartel em contratos do metrô, durante os governos dos tucanos Mario Covas, José Serra e Geraldo Alckmin, que teriam superfaturado R$ 577 milhões.
"É inadmissível um vazamento de informações por baixo do pano e o Estado, que é o maior interessado, não ter acesso. Não é possível o governo de São Paulo ser tratado dessa forma pelo governo federal", disse. Ontem, o ministro da Justiça, Eduardo Cardozo, confirmou abertura de inquérito pela PF contra o propinoduto tucano e disse ler lamentável "que se tente politizar o caso"
O governador Geraldo Alckmin decidiu sair da defensiva para tentar blindar seu governo na véspera da campanha de sua reeleição. O tucano revelou que o Estado entrou com mandado de segurança para exigir acesso aos documentos da investigação sobre a suposta formação de cartel, que teria superfaturado os contratos em R$ 577 milhões, 30% a mais do que os governos pagariam se não houvesse esquema.
"O vazamento está causando prejuízos às pessoas e enxovalhando até um homem de honra como o Mário Covas", disse o governador."Nós precisamos ter acesso às informações. É inadmissível um vazamento de informações por baixo do pano e o Estado, que é o maior interessado, não ter acesso. Não é possível o governo de São Paulo ser tratado dessa forma pelo governo federal", afirmou Alckmin.
O pedido foi protocolado no TRF (Tribunal Regional Federal) da 1ª Região, com sede em Brasília, pois o Cade, órgão federal que combate as práticas empresariais prejudiciais à livre concorrência, também tem sua sede na capital do país.
Ontem, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, confirmou que a Polícia Federal, subordinada a ele, abriu dois inquéritos para investigar o chamado "propinoduto tucano", relacionado aos desvios de verbas nas obras do metrô de São Paulo.
Os papéis em poder do Cade fazem parte de acordo pelo qual a Siemens delatou a existência de um cartel para compra de equipamento ferroviário em São Paulo e no Distrito Federal. Em troca, a empresa recebeu a garantia de imunidade caso o conluio seja confirmado e punido. Os documentos apontam práticas ilegais entre 1998 e 2008.
Na sexta-feira, o secretário-chefe da Casa Civil do governo Alckmin, Edson Aparecido (PSDB), acusou o Cade de atuar como "instrumento de polícia política" para prejudicar gestões do PSDB.
O Cade negou ter vazado informações e afirma que "repudia qualquer acusação de instrumentalização política das investigações".
O ministro da Justiça também reagiu à acusação: "É chegada a hora de os agentes públicos perceberem que é descabido aplaudirem uma investigação quando os investigados são seus adversários e acusarem o Cade de perseguição política quando quem eles são seus parceiros".
"É lamentável que se tente politizar uma investigação séria, feita por um órgão isento, reconhecido internacionalmente por sua qualidade técnica."
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