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terça-feira, 30 de julho de 2013

UMA CRIANÇA MORRE E 16 PESSOAS FICAM FERIDAS APÓS ROMPIMENTO DE ADUTORA

Por ipuemfoco   Postado  terça-feira, julho 30, 2013   Sem Comentários

 Familiares e amigos choram a morte de menina após estouro de adutora da Cedae, que destruiu casas em Campo Grande, na Zona Oeste do Rio Foto: Agência O Globo
Uma adutora da Cedae se rompeu, atingiu cerca de 200 casas e deixou uma criança morta em Campo Grande, na Zona Oeste do Rio, no início da manhã desta terça-feira. Segundo o Corpo de Bombeiros, 16 pessoas ficaram feridas, sendo que oito delas foram levadas para o Hospital estadual Rocha Faria. As outras foram atendidas no local. 

A menina Isabela Severo da Silva, de 3 anos, que chegou a ser encaminhada à unidade, não resistiu aos ferimentos. Ela engoliu muita água e saiu do local do acidente desacordada.

De acordo com informações do Rocha Faria, duas crianças, um menino de 9 anos e uma menina de 8 anos, permanecem internadas e o estado deles é estável. Ainda segundo o hospital, dos cinco adultos que foram levados à unidade, uma mulher de 29 anos já foi liberada. Os outros pacientes tiveram escoriações, mas o estado deles é estável.

  Casas foram destruídas e carros arrastados pela correnteza Foto: Pablo Jacob / Agência O Globo

O comandante-geral do Corpo de Bombeiros, Sérgio Simões, informou que cerca de 200 casas foram afetadas pelo alagamento provocado pelo rompimento da adutora Henrique Novaes, e que entre 15 e 20 foram totalmente destruídas. Eram casas que ficavam na linha de projeção da água que vazava da adutora. Simões afirmou ainda que a casa onde morava a menina Isabela não foi um dos imóveis totalmente destruídos.

Moradores relataram ao comandante que a mãe de Isabela tentou passar a menina por cima do muro, quando a estrutura desabou e a menina caiu entre os escombros e água. Vizinhos ainda conseguiram resgatá-la, os bombeiros a reanimaram e a levaram para o hospital, onde ela morreu:

— A água chegou a cerca de um metro e vinte na casa dela. Quando chegamos aqui, a pressão no vazamento ainda era muito grande. Pelo menos dez casas já haviam sido destruídas no primeiro momento, e havia um pânico generalizado. 

A diferença do que aconteceu aqui e uma enchente provocada pela chuva é que, nesse caso, a água sobre gradualmente. Aqui foi muito mais rápido.

Fernando dos Santos, pai da menina Isabela, disse que ficou sabendo do ocorrido pela televisão. De acordo com informações do site G1, da TV Globo, os bombeiros ainda tentaram reanimá-la:

— Eu vi o que tinha acontecido pela televisão. Quando eu e meu irmão fomos ver, soubemos que ela [Isabela] tinha ficado presa. Eles [bombeiros] tentaram reanimá-la o tempo todo, mas ela não aguentou. Minha filha ia fazer 4 anos no dia 17 de agosto. Ela era uma criança maravilhosa. A mãe dela contou que encheu tudo. Os vizinhos ajudaram e tentaram passar pelo muro, mas ele caiu — disse ao site G1.

Outra que ficou sabendo da tragédia pela TV foi Isabel dos Santos, de 56 anos. Ao ligar o aparelho ela viu a imagem de um grande vazamento, causado pelo rompimento de uma adutora da Cedae na Zona Oeste, que atingia justamente o local onde mora a filha, com o marido e dois filhos do casal. Ela então correu para a Estrada do Mendanha, altura do número 4.500, em Campo Grande, e chegando lá conseguiu localizar os parentes.

- Minha filha contou que acordou com o barulho e pensou que fosse uma tempestade. A casa estava toda destelhada. Ela correu com o marido e os filhos para o banheiro. Achou que a laje aguentaria. Mas não. Logo todos foram arremessados pela água para fora da residência - contou Isabel.

Isabel depois acompanhou os quatro parentes até o Hospital Estadual Rocha Faria, também em Campo Grande, para onde foram levados com ferimentos leves.

De acordo com o comandante dos bombeiros, 90 homens de quatro unidades do Corpo de Bombeiros e da equipe de busca e salvamento trabalharam no resgate dos moradores, com apoio de 12 botes e barcos de alumínio e oito mergulhadores, que seriam acionados, caso fosse necessário. A prefeitura já começou a fazer o cadastro dos atingidos. 

A Cedae garantiu que todos os desalojados serão instalados em hotéis, com atenção de assistentes sociais e psicólogos, alimentação e hospedagem totalmente custeados pela companhia, e todos os atingidos serão integralmente ressarcidos de quaisquer danos materiais causados pelo vazamento.

A companhia informou que a adutora é formada por duas linhas de tubulação que correm paralelas e têm vasão de seis mil litros por segundo de água. Apenas uma delas estourou. O rompimento ocorreu na Estrada do Mendanha, na altura do número 4.500. Pelo menos três quarteirões foram inundados. 

A força da água arrastou carros que estavam estacionados. Bombeiros foram acionados por volta das 6h. Ambulâncias do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) também foram deslocadas para o local para atender moradores. Algumas pessoas ficaram ilhadas. As equipes usaram bote inflável para chegar às casas. A Defesa Civil interditou a região atingida.

Operários da Cedae trabalharam para conter o vazamento no local. Técnicos da companhia desligaram a tubulação, fizeram a manobra, e a pressão da água foi diminuindo gradativamente. Ainda não há informações do que provocou o rompimento da adutora.

O mecânico Agilson da Silva Serpa, de 42 anos, relatou que passou pelo o maior susto de sua vida. Ele, a mulher, uma enteada e o cunhado estavam dormindo quando, por volta das 5h, acordaram com um estrondo. A casa foi imediatamente coberta por uma avalanche de lama:

— A força da água era tão grande que arrancou o telhado e jogou a gente na rua. Minha casa está totalmente destruída — disse Agilson, que foi resgatado pelos bombeiros num bote inflável.

Ele e toda a família tiveram ferimentos pelo corpo. O mecânico disse que vai pedir indenização à Cedae.

Devido ao rompimento da adutora, a Estrada do Mendanha está interditada na altura da Rua Marcolino da Costa. O trânsito está sendo desviado pela Estrada do Pedregoso. O tráfego segue complicado na região. Equipes da CET-Rio estão no local para orientar os motoristas.

O secretário municipal de Conservação Marcos Belchior, afirmou que a prefeitura está apoiando a Cedae nessa operação. Ele não soube informar se o levantamento de casas danificadas estava sendo feito pela Defesa Civil do município. Homens da Comlurb já foram mobilizados para fazer a limpeza.

Jato de água chegou a 20 metros

Duas mulheres feridas e uma criança foram atendidas pela equipe do Samu. Juliana Lemos, uma das feridas, contou que estava dormindo em casa com o marido e quatro filhos quando acordou com o estrondo.

— Acordamos com tudo quebrando, as paredes caindo, nada ficou em pé. Pelo menos os meus quatro filhos e o meu marido estão bem — disse ela, que teve um ferimento no pé.

Segundo os bombeiros, o jato de água projetado da adutora chegou a cerca de 20 metros de altura.

De acordo com moradores, homens da Cedae trabalhavam na limpeza da adutora há cerca de um mês, e eles temiam que acontecesse algum acidente. O motorista Jorge Luiz Carvalho, que foi resgatado junto com a família por um bote do Corpo de Bombeiros, estava revoltado. Ele disse que houve demora da companhia para desligar a água:

— Pensei que fosse um tsunami. Peguei minha família e corri para a cozinha quando a casa começou a ser inundada. Minha mulher quase foi levada, mas meu filho conseguiu salvá-la. 

Fiquei mais de duas horas preso dentro da casa inundada. Virei a geladeira e coloquei meu filho em cima para protegê-lo, o resto da família subiu em móveis. Vivi momentos de horror dentro de casa.

Jorge Luiz Foi resgatado somente às 10h30m. Muito nervoso, ele gritava com um dos funcionários da Cedae que estava no local e falava da morte da menina de três anos.

Fornecimento de energia é interrompido

A Light informou, em nota, na manhã desta terça-feira que, por questão de segurança, interrompeu o fornecimento no trecho próximo à Estrada do Mendanha, em Campo Grande, onde ocorreu o rompimento de uma adutora da Cedae. Devido ao acidente, a rede elétrica da área foi atingida.

Segunda a Light, o fornecimento de energia na região será restabelecido assim que a situação da adutora for normalizada.

Em relação à possível falta d'água, a Cedae afirmou que apenas a região do entorno onde houve o rompimento da adutora, parte de Bangu e de Santíssimo poderão sofrer redução no abastecimento.o globo

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